Lucros da Caixa Geral de Depósitos diminuem 41% no primeiro semestre para 249 milhões - TVI

Lucros da Caixa Geral de Depósitos diminuem 41% no primeiro semestre para 249 milhões

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  • BC - atualizada às 19:00
  • 31 jul 2020, 17:08

O banco público constituiu ainda 156 milhões de euros em imparidades

A Caixa Geral de Depósitos registou lucros de 249 milhões de euros no primeiro semestre, uma diminuição de 41% face ao mesmo período do ano anterior, tendo constituído 156 milhões de euros de imparidades, divulgou hoje o banco público.

Em comunicado divulgado esta sexta-feira, o banco refere "um resultado extraordinário de 51 milhões de euros (depois de impostos) decorrentes de ganhos atuariais nas responsabilidades com benefícios pós emprego".

O banco público constituiu ainda 156 milhões de euros em imparidades de crédito e provisões para garantias bancárias como resultado dos efeitos da pandemia de Covid-19.

CGD aprovou mais de 48 mil moratórias

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) aprovou 48.326 moratórias de crédito até 28 de julho no âmbito da pandemia de Covid-19, num valor que totaliza 6.982 milhões de euros, divulgou ainda o banco público.

De acordo com o comunicado do banco, 36.604 moratórias dizem respeito a particulares e 12.222 a empresas.

Já relativamente aos montantes, as moratórias concedidas aos particulares totalizam 3.063 milhões de euros e as que dizem respeito às empresas 3.919 milhões de euros.

Acerca das linhas de crédito Covid-19, o banco público informou que o seu valor ascende a 1.226 milhões de euros (em 8.805 operações), dos quais 927 dizem respeito à garantia pública (4.927 operações) e 309 milhões da garantia do Fundo Europeu de Investimento (3.878 operações).

O banco público contabilizou ainda 5.171 milhões de euros em crédito concedido respeitante a outras linhas de financiamento, dos quais 3.990 relativos a crédito concedido entre 01 de janeiro e 28 de julho, e 3.039 de crédito pré-aprovado.

As moratórias de crédito foram criadas como uma ajuda a famílias e empresas penalizadas pela crise económica desencadeada pela pandemia de Covid-19.

CGD perde 582 trabalhadores e uma agência em Portugal num ano

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) contava no final do primeiro semestre de 2020 com menos 582 trabalhadores relativamente ao mesmo período do ano passado, contabilizando também menos uma agência.

No comunicado emitido pelo banco no âmbito do anúncio dos resultados semestrais, pode ler-se que o número de empregados da atividade doméstica do grupo CGD no final de junho de 2019 era de 7.503 pessoas, sendo de 6.921 no mesmo mês deste ano.

Em termos de agências, em junho de 2019 a CGD contava com 552, incluindo 'espaços Caixa' e 'gabinetes de empresas - CGD Portugal', ao passo que no final do primeiro semestre deste ano o número era de 551.

Caixa prepara-se para aumento do malparado

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos diz que o banco público tem capital confortável para fazer face à atual crise.

Na conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro semestre (lucros de 249 milhões de euros no primeiro semestre, menos 41% face ao mesmo período de 2019), Paulo Macedo disse que o banco público está "bastante preocupado" com esta crise, mas com o "conforto de ter capital substancial".

O gestor estimou que o crédito malparado vá aumentar no último trimestre do ano com o adensamento da crise após o verão, mas sobretudo após o fim das moratórias que suspendem o pagamento dos créditos (juros e/ou capital), que terminam em 31 de março de 2020.

A Caixa está-se a preparar para o aumento de crédito malparado no quarto trimestre deste ano, mas sobretudo no segundo trimestre do ano que vem", afirmou, acrescentando, contudo, que o aumento do malparado a partir de abril dependerá da retoma da economia, mas também de outros fatores, por exemplo, caso seja decidido manter moratórias apenas para os setores mais afetados pela crise pandémica.

Vamo-nos preparando para um cenário mau, mas a Caixa está preparada em termos de capital para esse cenário”, vincou Macedo.

O presidente executivo da CGD disse que as previsões do banco são de subida do malparado, "mas nada para valores que a Caixa teve anteriormente".

O Estado português acordou, em 2016, a recapitalização da CGD de quase 5.000 milhões de euros (dos quais 2.500 milhões de injeção direta do Estado).

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