Trabalhadores dizem que OE2017 é forma "deliberada de tirar meios" à Lusa - TVI

Trabalhadores dizem que OE2017 é forma "deliberada de tirar meios" à Lusa

Luís Filipe Castro Mendes

"Processo orçamental não está concluído" e indemnização compensatória está a ser analisada, diz ministro da Cultura, depois de os trabalhadores terem mostrado “consternação” e “preocupação” com a estratégia do Governo

O Conselho de Redação da Lusa entende que a decisão do Governo de reduzir em 2,6 milhões de euros a verba para a agência na proposta de Orçamento do Estado é uma forma deliberada de “tirar meios” à empresa.

Em comunicado, o Conselho de Redação lamenta “profundamente a decisão do Governo” e afirma temer “que a decisão ponha em causa o normal funcionamento da agência e as necessidades de modernização e de contratação de novos jornalistas”.

A decisão vai ao arrepio de tomadas de posição públicas do ministro da Cultura em relação à importância da Lusa” e dizem-se “obrigado a entender que o Governo está deliberadamente a tirar meios à agência Lusa”.

O Conselho de Redação lembra que ainda no final do mês passado o ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, elogiou a estratégia digital desenhada pela Lusa “que, naturalmente, se faz com dinheiro”, e “lamenta profundamente que o Orçamento do Estado "seja contrário às palavras do ministro da Cultura” no que diz respeito à Lusa.

Hoje mesmo, antes deste comunicado, o ministro Castro Mendes disse que o "processo orçamental não está concluído" e que a indemnização compensatória da Lusa está a ser analisada. 

"O processo orçamental não está concluído e é evidente que o facto para que está a apontar, os números que estão neste momento em cima da mesa sobre a indemnização compensatória da agência Lusa estão evidentemente a ser objeto de análise e de reflexão por parte de ambas as tutelas", respondeu Castro Mendes na conferência de imprensa do Conselho de Ministros que hoje decorreu em Lisboa.

Tudo se fará para que não seja posto em causa o serviço público de informação e para que não seja penalizada ou seja minimamente penalizada a empresa e os seus trabalhadores. Ainda hoje mesmo reunirei com a administração da Lusa para encararmos, justamente, em que medida o contrato, que terá que ser equacionado com os dados que vierem a resultar do orçamento, em que medida poderemos reequacionar esse contrato que falta ainda ser assinado".

Castro Mendes reiterou que "o processo orçamental não está concluído" e assegurou que "há a maior atenção sobre essa questão por parte do Governo, das suas tutelas, quer do Ministério da Cultura e quer do Ministério das Finanças".

Quarta-feira, em resposta a questões colocadas pela Comissão de Trabalhadores da Lusa, o Ministério da Cultura disse que vai "reequacionar" o Contrato de Prestação de Serviço Noticioso e Informativo com a Lusa. A redução prevista no Orçamento é de 2,6 milhões de euros relativamente ao ano anterior.

Também a Direção de Informação da Lusa manifestou "profunda preocupação" após ter sido "surpreendida" com essa indicação.

 

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