Empresas agrícolas mais do que duplicaram em dez anos para 14.500 - TVI

Empresas agrícolas mais do que duplicaram em dez anos para 14.500

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  • 18 dez 2020, 12:14

Grande maioria é gerida por produtores singulares. Número de sociedades agrícolas em atividade aumentou 114%

O número de sociedades agrícolas mais do que duplicou entre 2009 e 2019, passando de 6.700 para 14.500 mil, e emprega 77% da mão de obra regular, segundo os resultados do Recenseamento Agrícola 2019 (RA2019) do INE.

A empresarialização da agricultura cresceu, com a duplicação em dez anos do número de sociedades agrícolas, que ganharam importância na estrutura produtiva”, afirma o Instituto Nacional de Estatística (INE).

A grande maioria das explorações agrícolas é gerida por produtores singulares (95%), mas o número de sociedades agrícolas em atividade aumentou 114%, passando de 6.700 em 2009 para 14.500.

As empresas agrícolas, embora representem 5% das explorações, “têm uma importância crescente na estrutura produtiva” explorando 36% da superfície agrícola utilizada (SAU), mais 9 pontos percentuais (p.p.) face a 2009.

Os dados mostram que as empresas agrícolas produzem 56% dos efetivos pecuários, um aumento de 15 p.p. face a 2009 e utilizam 21% da mão de obra total agrícola, mais 11 p.p. que há dez anos.

Empregam cerca de 56 mil trabalhadores, o que corresponde a 77% da mão de obra agrícola assalariada com ocupação regular”, segundo o INE.

A dimensão média das sociedades agrícolas é de 99 hectares de SAU e 96 cabeças normais (CN) por exploração, “consideravelmente superior à das explorações geridas pelos produtores singulares (8 hectares de SAU e 4 CN por exploração)”.

A mão de obra agrícola familiar, constituída pelo produtor e o seu agregado doméstico, contribui com mais de dois terços do trabalho agrícola.

No entanto, a mão de obra agrícola assalariada, com caráter regular e sazonal, aumentou 30% nos últimos 10 anos, passando a representar 29% do total, enquanto a contratação de serviços agrícolas, embora representando 3%, aumentou 159%, face a 2009”, lê-se no documento.

Mas, globalmente, a mão de obra agrícola diminuiu 15%, devido a vários fatores "que promoveram a melhoria da eficiência do trabalho, designadamente o redimensionamento e a empresarialização das explorações".

Quanto ao perfil do trabalhador agrícola, são maioritariamente homens (67%), têm em média 62 anos, 46% concluíram o primeiro nível do ensino básico e 53% têm formação agrícola exclusivamente prática.

O agregado familiar do produtor é constituído em média pos duas pessoas, sendo que em 59% destes agregados existem beneficiários de pensões e reformas.

Já os dirigentes das sociedades são maioritariamente jovens (85%), têm em média 51 anos e possuem elevadas qualificações académicas e profissionais, sendo que 48% têm formação superior e 19% habilitações espec+ificas nas ciênicas agrárias.

Estes são os primeiros resultados de âmbito nacional do RA2019, cuja recolha de informação decorreu entre outubro de 2019 e novembro de 2020.

No final de março de 2021 serão disponibilizados os resultados definitivos, indica o INE.

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