Taxa de desemprego sobe para 8,1% em agosto - TVI

Taxa de desemprego sobe para 8,1% em agosto

Instituto Nacional de Estatística estima que há 417 mil pessoas desempregadas. Dados definitivos apontam que taxa de desemprego em julho foi de 7,9%

A taxa de desemprego em Portugal subiu para 8,1% em agosto, segundo a estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE) que foi divulgada esta quarta-feira.

De acordo com o documento, a população desempregada aumentou 3,3% em relação ao mês de julho. O INE estima agora que haverá 417 mil pessoas desempregadas.

Em julho, segundo os dados que já são definitivos, a taxa de desemprego em Portugal foi de 7,9%, um número que foi revisto em baixa face à anterior estimativa, que era de 8,1%.

O INE refere também que, segundo os resultados finais de julho, a população empregada aumentou 0,5% relativamente ao mês anterior, mas diminuiu 1,2% em relação a três meses antes e 3,1% face ao mesmo mês de 2019.

Para agosto, o INE estima (números provisórios) que a população empregada tenha registado um acréscimo de 0,5% relativamente ao mês anterior e de 1,3% em relação a três meses antes e um decréscimo de 3,0% por comparação com o mesmo mês de 2019.

Subutilização do trabalho

Em relação à taxa de subutilização do trabalho (indicador que agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego mas não disponíveis e os inativos disponíveis mas que não procuram emprego), o INE diz que em julho atingiu os 15,6%, mais 0,1 pontos percentuais do que em junho, mais 2,2 pontos percentuais do que há três meses e mais 2,7 pontos percentuais do que há um ano.

Para agosto, os dados provisórios do INE apontam para que a taxa subutilização de trabalho se tenha situado em 15,3%, menos 0,3 pontos percentuais do que em julho, mais 0,7 pontos percentuais do que há três meses e mais 2,7 pontos percentuais em termos homólogos.

“A diminuição mensal da taxa de subutilização do trabalho neste mês [agosto] resultou, principalmente, da diminuição do número de inativos disponíveis mas que não procuram emprego, que mais do que compensou o aumento da população desempregada”, sinaliza o INE.

A taxa de desemprego dos jovens foi, por sua vez, estimada em 26,3%, a que corresponde um acréscimo de 0,1 pontos percentuais relativamente à taxa de julho.

Numa análise do impacto da pandemia de covid-19 nos resultados do Inquérito ao Emprego, o INE diz ser “visível nos resultados definitivos de julho (mês central do trimestre móvel que abrange junho, julho e agosto) o aumento da população empregada em relação ao mês anterior, bem como o aumento da população desempregada e a diminuição da população inativa relativamente a três meses antes (abril) e ao mês anterior (junho)”.

“A redução da população inativa foi devida, principalmente, à diminuição do número de inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego, grande parte dos quais passaram a procurar emprego e foram por isso classificados na população desempregada”, explica.

Segundo acrescenta, “estes movimentos são reforçados nas estimativas provisórias de agosto e refletem-se no aumento da taxa de desemprego (8,1%) e na diminuição da taxa de subutilização (15,3%), em resultado da redução do número de inativos disponíveis mas que não procuram emprego (22,8 mil), que mais do que compensou o aumento da população desempregada no mesmo período (13,3 mil)”.

Para uma correta análise desta evolução, o instituto estatístico ressalva que as medidas de saúde pública tomadas desde meados de março “afetaram o normal funcionamento do mercado de trabalho e, consequentemente, as estimativas mensais de emprego e desemprego”.

Segundo o instituto, o encerramento temporário de várias empresas, as restrições à livre circulação de pessoas e o fecho das escolas (que levou a que muitos pais tivessem de ficar em casa para cuidar dos seus filhos), para além de medidas como o ‘lay-off’ simplificado, refletiram-se na classificação das pessoas segundo a ‘Condição Perante o Trabalho’, particularmente durante o estado de emergência.

“Pessoas anteriormente classificadas como desempregadas e pessoas que efetivamente perderam o seu emprego foram (corretamente, do ponto de vista estatístico) classificadas como inativas caso não tenham feito uma procura ativa de emprego, devido às restrições à mobilidade, à redução ou mesmo interrupção dos canais normais de informação sobre ofertas de trabalho em consequência do encerramento parcial ou mesmo total de uma proporção muito significativa de empresas”, explica.

Também a não disponibilidade para começar a trabalhar na semana de referência ou nos 15 dias seguintes, caso tivessem encontrado um emprego, por terem de cuidar de filhos ou dependentes ou por terem adoecido em consequência da pandemia, levou à inclusão na população inativa.

De igual modo, pessoas anteriormente classificadas como empregadas puderam não cumprir os critérios da Organização Internacional do Trabalho (OIT), operacionalizados de forma harmonizada na União Europeia em conjunto com o Eurostat, necessários para pertencer a este grupo, sendo por isso consideradas não empregadas (ou seja, desempregadas ou inativas).

Foi o caso das pessoas ausentes do trabalho por uma duração prevista superior a três meses e que, simultaneamente, auferiam um salário inferior a 50% do habitual.

Conforme nota o INE, o gradual processo de desconfinamento iniciado em maio possibilitou a reabertura de diversas atividades económicas e aliviou as regras de isolamento social, permitindo o cumprimento dos critérios de procura ativa de emprego e de disponibilidade para começar a trabalhar.

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