Amado desconhece razões que levaram Guiné Equatorial a desistir do Banif - TVI

Amado desconhece razões que levaram Guiné Equatorial a desistir do Banif

Banif [Fonte: Reuters]

"Houve um ruído muito grande à volta da participação da Guiné Equatorial. Admito que o ambiente e alguma hostilidade criada tivessem inibido as autoridades da Guiné Equatorial", ressalvou o ex-presidente do Conselho de Administração do banco

O ex-presidente do Conselho de Administração do Banif, Luís Amado, disse esta quarta-feira que desconhece as razões que levaram à desistência dos investidores da Guiné Equatorial em entrar no capital do banco, apontando para o "ruído" que essa possibilidade originou.

"Houve um ruído muito grande à volta da participação da Guiné Equatorial. Admito que o ambiente e alguma hostilidade criada tivessem inibido as autoridades da Guiné Equatorial. Mas nunca mais tive nenhum contacto para perceber a razão exata", afirmou o responsável no parlamento.

"O banco precisava de capital, e capital era a exigência de estabilidade que o banco necessitava", sublinhou, depois de questionado sobre o porquê de se querer fazer negócio com os investidores daquele país africano.

"Na ocasião o banco tinha necessidade de investidores de referência, que dessem confiança ao mercado. O Banif só tinha um investidor de referência, o Estado", anotou.

E acrescentou: "Houve investidores privados, não os de referência apenas, que nos estimularam a fazer esse movimento".

O responsável informou que, em conjunto com o então presidente executivo, Jorge Tomé, fez a apresentação do Banif aos investidores potenciais da Guiné Equatorial.

"Eu fiz contactos para conseguir investidores para o banco, mas as condições de mercado e de risco em Portugal nesse tempo eram muito adversas e por isso não foi muito fácil atrair investidores", frisou.

Luís Amado insistiu que foi a necessidade de reforçar a base acionista do banco, numa altura em que o Estado tinha mais de 99% do seu capital, que motivou os esforços na busca de novos investidores.

"A aproximação à Guiné Equatorial resultou disso. Quando apareceram investidores da Guiné Equatorial interessados em investir no nosso país, era nosso dever ouvi-los. Contactei o ministro das Finanças da Guiné Equatorial que chegou a assinar um memorando manifestando o interesse na compra de uma posição do banco", assinalou.

E rematou: "O contacto foi feito, a justificação [para o falhanço do negócio] nunca surgiu. Não entendi necessário ir pedir explicações. Nunca mais tive nenhum contacto para perceber porque é que a operação não tinha avançado".

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