​Quase oito mil empresas criadas em dois meses - TVI

​Quase oito mil empresas criadas em dois meses

Dinheiro

Dados da IGNIOS mostram que o número de insolvências também aumentou nos dois primeiros meses do ano

O número de empresas constituídas em Portugal aumentou 6,4% nos dois primeiros meses do ano, quando comparado com igual período do ano passado. No total, no acumulado de janeiro e fevereiro, foram criadas 7.873 empresas, mais 477 do que nos dois primeiros meses de 2014. Fevereiro contribui com 3.340 empresas e janeiro com 4.533.

«O facto de continuarem a constituir-se mais empresas do que em 2015 reflete, acima de tudo, a confiança dos empresários na recuperação da economia. A par dos indicadores mais quantitativos, este indicador de sentimento é também muito importante para sustentar o percurso de crescimento económico», considera António Monteiro, CEO da IGNIOS.

Nos dois primeiros meses de 2015, Lisboa e Porto mantiveram-se como os distritos a registar maior número de empresas constituídas – 2.136 e 1.475 respetivamente -, mas, no primeiro caso, a nota foi de redução do peso no total (29,3% para 27,1%) e, no segundo, de estabilização (18,7%). Já os distritos de Aveiro (de 5,7% para 6,6%, 518 empresas), Braga (8,5% para 8,8%, 690 empresas), Setúbal  (6,6% para 6,8%, 535 empresas) e Leiria (de 3,7% para 4,2%, 327 empresas) destacam-se no acumulado de 2015 por terem aumentado o seu peso relativo no total das empresas criadas, nota o Observatório de Insolvências, Novas Constituições e Créditos Vencidos da IGNIOS.

O maior número de empresas constituídas continuou a ser na área de «Outros Serviços» (2.681 empresas), mas merecem destaque pela positiva os setores do «Comércio Automóvel», que favorecido pelo aumento do volume de negócios aumentou o seu peso de 3,2% para 4,3%; assim como a «Hotelaria e Restauração» (10,9% para 11,5%) e o «Comércio a Retalho» (12,5% para 13,5%).

Quanto a Insolvências, os dois primeiros meses do ano registam 1.432 empresas insolventes, mais 60 entidades do que em igual período do ano passado. Este crescimento de 4,4% em termos homólogos interrompe as descidas sentidas desde início do ano passado, mas é ainda cedo para confirmar se coloca em questão toda a tendência de decrescimento, pois estamos no inicio do ano e também porque fevereiro é o primeiro mês em que se verifica esta performance, podendo ser um episódio isolado.

De acordo com a IGNIOS, a maioria do aumento das insolvências até fevereiro deve-se principalmente aos setores dos «Transportes», «Comércio a Retalho», «Comércio por Grosso», «Restauração», «Construção» e «Atividades Imobiliárias», mais dependentes da procura interna e de consequentes importações. Também o setor do Vestuário aumentou o seu nível de insolvências, o que contribuiu para que o distrito de Braga também registasse maior número  de insolvências (mais 64 empresas do que em 2014). Da mesma forma, o distrito de Aveiro observou maior número de insolvências em 2015, com distritos como Setúbal, Faro, Coimbra, Évora e Viana do Castelo a contribuírem igualmente para o aumento de insolvências. Em sentido contrário, Lisboa, Porto e Faro observaram quedas no número de insolvências face a 2014.
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