Um decreto publicado há uma semana dizia que os bancos da Grécia iriam permanecer encerrados até 6 de julho, no dia seguinte ao referendo.
A questão na cabeça da maioria dos gregos é: até quando? Porém, essa é uma pergunta muito difícil de responder nesta altura, na verdade, poucos saberão a resposta correta.
Fora das fronteiras gregas, há contactos a decorrer ao mais alto nível. O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, fizeram uma declaração conjunta esta tarde, onde pediram ao governo grego que apresente amanhã propostas "sérias e credíveis".
Angela Merkel afirmou que as portas estão abertas à negociação, porém, lembra Atenas que tem de existir um equilíbrio entre solidariedade e responsabilidade, e que a Europa já foi "muito generosa" com a Grécia.
Sucessor de Varoufakis contra uma saída da Zona Euro
Já esta segunda-feira foi anunciado que Euclid Tsakalotos será o sucessor de Yanis Varoufakis para assumir a pasta das Finanças.
Doutorado pela Universidade de Oxford, o novo ministro é considerado um moderado pró-europeu, completamente contra uma eventual saída da Grécia da Zona Euro. Tsakalotos tem dirigido as negociações com os credores internacionais para a obtenção de um terceiro resgate financeiro, com menor austeridade.
Da parte dos credores, a responsável máxima do Fundo Monetário Internacional (FMI) reagiu esta segunda-feira, pela primeira vez, à vitória do “Não” no referendo grego.
Christine Lagarde disse que o FMI já tomou “nota do resultado do referendo” e que a instituição está disposta a prestar ajuda ao governo grego.
“Estamos a monitorizar a situação de perto e estamos prontos para dar assistência à Grécia, se for solicitada".
EUA apelam a consenso entre gregos e credores
Também os EUA já se pronunciaram sobre toda a questão grega, com fonte da Casa Branca a apelar ao consenso entre o governo de Alexis Tsipras e os credores internacionais.
O porta-voz, Josh Earnest, diz que é do interesse da Europa e dos EUA que a Grécia se mantenha na Zona Euro, e que a crise seja resolvida rapidamente.
Earnest diz que apesar das “diferenças significativas” é fundamental que ambas as partes reconheçam a importância da permanência do país dentro da moeda única, apelidando a atual crise de um “ desafio a resolver”.
Por sua vez, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, já contactou por telefone a chanceler alemã Angela Merkel. Após a conversa, ficou acordado que Tsipras vai apresentar novas propostas amanhã à tarde, na cimeira de líderes.
Segundo a Reuters, Tsipras terá prometido a Merkel apresentar uma proposta de acordo para um terceiro resgate na próxima Cimeira do Euro, já esta terça feira, em Bruxelas.
A reunião começa às 17:00, mas antes, às 12:00, haverá uma reunião extraordinária do Eurogrupo para delinear questões técnicas que serão depois discutidas no encontro.