Se não aceitar, sai do euro e o país entra em colapso já esta segunda-feira, quando o Banco Central Europeu fechar a torneira do financiamento de emergência aos bancos, que estão encerrados desde o final de junho.
O primeiro-ministro grego concorda com várias das exigências, mas não parece querer ceder em quatro pontos: não quer o FMI envolvido, quer alívio da dívida, que o BCE mantenha o fundo de emergência e que se risque das exigências a transferência de ativos de 50 mil milhões.
A Alemanha lidera o grupo de países que já não tem contemplações: a Grécia aceita ou sai. uma saída que pode ser temporária, com a "vantagem" de poder reestruturar a dívida, defende a Alemanha. Do outro lado, a França lidera o pouco apoio que Atenas ainda tem, com a compreensão do presidente do Banco Central Europeu. Lá de fora, os Estados Unidos vão pedindo que a Europa se entenda.
Entretanto, informações avançadas pelo "The Guardian" dão conta que durante uma reunião à parte com Angela Merkel, François Hollande e Donald Tusk, Alexis Tsipras terá conseguido anular a transferência de ativos de 50 mil milhões, mas mais importante que isso, talvez tenha conseguido anular a ameaça de saída da Zona Euro. Já quanto ao envolvimento do FMI, esse permanece apesar de Tsipras ser contra. Porém, as informações não são oficiais.
#greece #euco final timeout threat probably deleted - brussels sources. imf role remains despite tsipras objections
— Ian Traynor (@traynorbrussels) 12 julho 2015
Já correspondente da TVI, Pedro Moreira, diz que a ameaça de uma saída do euro não estará descartada até que Tsipras aceite todas as exigências dos credores e confirma, apenas, que o primeiro-ministro grego já terá concordado com o envolvimento do FMI num terceiro resgate.
Um acordo estará próximo, mas está dependente da aprovação de Tsipras que estará intransigente quanto à criação do tal fundo de privatizações, no valor de 50 mil milhões. O correspondente da TVI, conta, no entanto, que o PM grego deverá ceder também nesta medida.
É a primeira vez que a Europa referenda a sua desagregação.
De acordo com o documento do Eurogrupo , Atenas necessitará de um financiamento entre 82 a 86 mil milhões de euros. Entre as exigências dos credores está a aprovação de reformas no parlamento grego até quarta-feira, um timming difícil, se não impossível de cumprir. As garantias de 50 mil milhões de euros que o Eurogrupo pede, através da criação de um fundo também levantam problemas: quem o vai gerir e qual é a soberania que sobra a Atenas no final das contas.
Mas os trabalhos de Tsipras não ficam por aqui: é que depois de um referendo em que o Não a mais austeridade ganhou, o governo fez aprovar uma proposta ainda mais austera do que a que estava a ser referendada, ainda que, leia-se, também já não fosse válida, conforme avisaram os credores quando receberam o duche de água fria da consulta popular.
Alguns jornais dão como certa uma remodelação governamental. Outros falam em novas eleições.
Game over para o Syriza? E para a Grécia?