Varoufakis: «O memorando acabou» - TVI

Varoufakis: «O memorando acabou»

Wolfgang Schaeuble e Yanis Varoufakis (Lusa)

Na véspera da reunião do Eurogrupo o ministro das Finanças grego afirmou: «O que esperais que se faça se nunca imaginarmos a opção de dizer não?»

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O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse esta terça-feira no parlamento de Atenas que caso alguém não esteja disposto a «admitir uma rutura» com os parceiros europeus «é melhor ficar em casa em vez de ir para uma negociação».

Varoufakis emitiu estas declarações no final do debate parlamentar de três dias sobre o programa de Governo e poucas horas antes de partir para Bruxelas onde vai participar na reunião extraordinária do Eurogrupo sobre a Grécia.

«Os representantes do antigo governo pediram-nos para negociar mas prometer que não haverá rutura, se não podes sequer admitir que possa haver uma rutura, não vais para uma negociação mas ficas em casa», disse Varoufakis.

«O que esperais que se faça se nunca imaginarmos a opção de dizer não?», adiantou o ministro grego, que assegurou que o seu Governo, «o primeiro que se apresenta numa reunião do Eurogrupo com a cabeça levantada» não tem medo nem pretende a humilhação de ninguém, apenas um acordo que beneficie a maioria da população europeia.

O ministro sublinhou que a intenção é negociar um novo acordo que não seja «tóxico”» ao contrário de diversos segmentos do memorando de entendimento firmado pelo anterior executivo com a troika de credores internacionais.

«Não é o momento para festejar, para grandes declarações, se para alguns parceiros é mais importante pôr tudo em risco quando o que nós pedimos foi um pouco de tempo», disse, antes de voltar a sublinhar que «o memorando acabou».

Varoufakis também precisou que o Governo grego não aceitará uma metodologia que implique acrescentar mais dívida a dívidas que já não eram sustentáveis há algum tempo, e impondo ainda a redução dos rendimentos.

No entanto, assegurou que o Executivo liderado pelo partido da esquerda radical Syriza aceitará uma «ampla reforma» em setores decisivos, em particular no campo fiscal, «e que já deveria ter sido feita».

O ministro das Finanças grego recordou ainda que o Executivo apenas rejeita 30% do memorando, que considera «tóxico».

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