O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, mostrou-se esta segunda-feira convencido de que a Justiça «não poderá deixar de atuar» no caso dos vistos gold, lamentando a imagem que se dá ao país e a nível internacional.
Carlos Silva, que liderava uma delegação da UGT que hoje foi recebida em audiência pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, disse estar convencido de que «a Justiça [no caso dos vistos gold] não poderá deixar de atuar», lembrando que «é triste e lamentável a imagem que se dá para o país e em termos externos», com este tipo de situações.
«Costuma-se dizer que a educação vem do berço. Nem todas as pessoas meteram, eventualmente, a mão na massa!», adiantou.
«Agora que há aqui um esquema, uma teia de corrupção montada, isso, deverá levar a Justiça portuguesa e o Governo, em particular, a determinar como estas coisas devem ser evitadas para que se não tornem a ser repetidas», frisou o líder sindical.
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, anunciou no domingo que tinha pedido a demissão do Governo.
Numa declaração lida no Ministério da Administração Interna, Miguel Macedo considerou que a sua autoridade, enquanto governante, ficou diminuída com o envolvimento de pessoas que lhe são próximas nas investigações da Operação Labirinto, que visam alegados casos de corrupção na atribuição de vistos gold.
A demissão do ministro surge na sequência de a Polícia Judiciária ter detido na quinta-feira 11 pessoas por suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influência e peculato, no âmbito de uma investigação sobre atribuição de vistos gold.
Os onze detidos no âmbito da investigação sobre a atribuição de vistos gold foram identificados na sexta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus de Justiça de Lisboa.
Nesta operação foi detido o diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Manuel Jarmela Palos, a secretária-geral do Ministério da Justiça (MJ), Maria Antónia Anes, e o presidente do Instituto dos Registos e Notariado, António Figueiredo.
O programa de atribuição de vistos gold, criado em 2013, prevê a emissão de autorizações de residência para estrangeiros oriundos de fora do espaço Schengen que façam investimentos em Portugal, por um período mínimo de cinco anos.
Justiça «não poderá deixar de atuar» no caso dos vistos gold
- Redação
- DC
- 17 nov 2014, 15:59
Declarações do secretário-geral da UGT, Carlos Silva, que sublinha que é «lamentável a imagem que se dá para o país e em termos externos»
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