António Costa quer "fazer o que ainda não foi feito" na ferrovia - TVI

António Costa quer "fazer o que ainda não foi feito" na ferrovia

  • AR - atualizada 13:45
  • 7 set 2018, 13:33
António Costa visita obras ferroviárias na Guarda

Primeiro-ministro parafraseia o músico Pedro Abrunhosa para dizer que o investimento no transporte ferroviário, torna a economia mais competitiva e valoriza o Interior

O primeiro-ministro considerou hoje que o investimento que está a ser feito no transporte ferroviário, através do Ferrovia 2020, no valor de dois mil milhões de euros, torna a economia mais competitiva e valoriza o Interior do país.

Há duas prioridades fundamentais que o país sabe que tem. Uma, internacionalizar a sua economia, outra, valorizar aquilo que chamamos Interior e que eu prefiro chamar de regiões de fronteira. Ora, este investimento na ferrovia, cumpre simultaneamente estes dois objetivos", disse António Costa, na Guarda.

O chefe do Governo, que discursava durante uma visita à obra de construção da ligação entre as Linhas da Beira Baixa e da Beira Alta, afirmou que o investimento na ferrovia "vai tornar mais competitiva a economia portuguesa com melhores ligações, mais eficientes, à fronteira e à Europa e, ao mesmo tempo, vai servir melhor e valorizar melhor estes territórios de fronteira, situados no Interior".

Essa melhor ligação entre a Covilhã e a Guarda, o servir todo o eixo do Médio Tejo ao longo deste corredor, assim como toda a obra da Linha da Beira Alta, como toda a obra da Linha da Beira Baixa, como todo o Corredor Sul, que rasga o Alentejo e o liga com qualidade a Espanha, a ligação fundamental da Linha do Minho, são obras essenciais para que a nossa economia seja mais competitiva e para que os nossos territórios do Interior sejam mais competitivos", afirmou.

António Costa defendeu que é preciso existir uma "visão integrada para o Interior" e, por isso, o Governo aprovou o Programa de Valorização Nacional para o Interior, que inclui várias medidas, porque o Interior valoriza-se criando postos de trabalho.

"Como é que se criam postos de trabalho no Interior? Atraindo empresas para o Interior. Como é que atraímos empresas para o Interior? Criando condições para que as empresas sintam que no Interior têm melhores condições para poderem produzir, vender mais barato, e ter acesso a um mercado maior do que se estiverem no Litoral", observou.

De acordo com o líder do Executivo, a intervenção na ferrovia "é essencial para que isso possa acontecer", porque a ligação mais eficiente à Europa, ajuda à exportação e à internacionalização da economia, ao mesmo tempo que valoriza o Interior.

António Costa rematou o seu discurso dizendo que é importante continuar a fazer "aquilo que ainda não foi feito".

Há, alias, uma magnífica canção do Pedro Abrunhosa que nos deve inspirar a todos: ‘Vamos fazer aquilo que ainda não foi feito'. É isso que estamos aqui a fazer e é isso que vamos continuar a fazer - aquilo que ainda não foi feito", concluiu.

O primeiro-ministro, acompanhado ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e autarcas locais, visitou hoje, na Guarda, obra de construção da futura ligação entre a Linha da Beira Baixa e a Linha da Beira Alta.

EMEF com autorização para contratar recursos humanos

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse hoje que a par do investimento na ferrovia, o Governo voltou a ter autorização para contratar recursos humanos para a Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF).

Durante uma visita do primeiro-ministro, António Costa, à obra de construção da futura ligação entre a Linha da Beira Baixa e a Linha da Beira Alta, na Guarda, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas referiu que a ferrovia, para além da infraestrutura, "é também material circulante".

Segundo o governante, se existiu "um período anterior muito difícil, com a redução de recursos humanos significativos na CP e na EMEF, com congelamento de todos os processos de aquisição de material circulante para a CP" agora existe "uma realidade diferente".

Voltámos a ter mais recursos humanos na EMEF, voltámos a ter autorização para contratar mais recursos humanos para a EMEF, mais 102 pessoas que estão já em processo de contratação e mais 40 recursos humanos que sairiam da empresa, aliás dez já tinham saído, que estavam em situação de precariedade, e já não saem da empresa e estão a regressar à empresa, e são mais 40 recursos humanos permanentes na capacidade de manutenção ferroviária", anunciou.

No seu discurso, Pedro Marques lembrou ainda que o Governo fez, "em tempo recorde", o reforço do aluguer de material circulante a Espanha, "que há de chegar no início do ano para reforçar a capacidade de material circulante 'diesel' deste país".

O governante disse ainda que na quinta-feira, "pela primeira vez nos últimos vinte anos", o Governo autorizou a aquisição de novos comboios para a CP, com prioridade para as linhas regionais, referindo que, com a decisão foi dado "um passo enorme", que considera "um marco histórico, porque não havia Governo nenhum que autorizasse a aquisição de material circulante".

São 170 milhões de euros de investimento autorizado ontem [quinta-feira] pelo Conselho de Ministros e agora em processo que há de levar ao lançamento dos concursos, a aquisição desse material circulante, outra vez em direção à coesão regional, porque é para as Linhas Regionais que este material circulante há de chegar", explicou no discurso proferido hoje na Guarda, durante a visita à obra de construção da futura ligação entre a Linha da Beira Baixa e a Linha da Beira Alta.

A Infraestruturas de Portugal (IP) iniciou obra a 5 de março e deve ficar concluída no terceiro trimestre de 2019.

A obra de construção da nova ligação ferroviária, que integra a empreitada de modernização do troço entre a Covilhã e Guarda, da Linha da Beira Baixa, prevê a construção de uma via única eletrificada, com 1.500 metros de extensão e a execução de uma nova ponte ferroviária sobre o rio Diz.

Num investimento de 52 milhões de euros, a empreitada de modernização da linha da Beira Baixa, compreende ainda a renovação integral de 36 quilómetros de via e a eletrificação total do troço, entre outras intervenções.

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