Faz hoje 2 anos de troika. Mas não há comemoração - TVI

Faz hoje 2 anos de troika. Mas não há comemoração

Metas têm sido falhadas e reajustadas. O que ainda faltará?

Faz hoje precisamente dois anos que foi assinado com a troika o memorando de entendimento, depois de Portugal ter pedido um resgate internacional.

Em dois anos todas as metas para a recessão, para o défice e para a dívida falharam, e o memorando teve que ser ajustado em cada avaliação. E, sabe-se agora, a próxima avaliação (a oitava) já não começa na próxima semana, nem tem ainda data definida.

A marca dos dois anos não traz motivo para comemorar. Pelo contrário. O país tem saído à rua para entoar a «Grândola» e outras palavras de ordem aos senhores do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia, que aterraram em Portugal há um par de anos.

Quando, há dois anos, a caneta do então ministro das Finanças Teixeira dos Santos assinou o memorando de entendimento, amarrou Portugal a um programa de ajuda externa no valor de 78 mil milhões de euros, e a avaliações trimestrais, para ver como se porta o bom aluno da troika.

Desde então, os técnicos da missão já cá regressaram nove vezes para avaliar o cumprimento das medidas. E se, no início ainda faziam conferências de imprensa, rapidamente mudaram de plano.

Também não tinham nada de bom para contar: as metas do défice, da recessão, do desemprego, todas falham, todas sobem. A cada avaliação, a realidade é bem pior do que as estimativas e rapidamente as metas de cumprimento obrigatório foram ajustadas.

Ainda há dois meses, adivinhando uma avaliação difícil pela frente, Vítor Gaspar admitia que era preciso melhorar o desenho do programa.

A oitava tranche da ajuda externa ainda não chegou a Portugal. São dois mil milhões de euros, que chegam apenas depois do exame mais complicado deste programa, que obrigou a que a troika viesse a Portugal três vezes, e da qual não há sequer um comunicado que formalize a avaliação positiva dada pelos credores internacionais.

Porque pela primeira vez, a troika entende que a aprovação formal do Eurogrupo, em Bruxelas, chega e sobra.
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