Grécia sem Governo: 2º partido vai falhar, 3º nem vai tentar - TVI

Grécia sem Governo: 2º partido vai falhar, 3º nem vai tentar

Syriza reúne-se hoje com Nova Democracia e PASOK, mas partidos não deverão entender-se. Venizelos deverá recusar convite para formar Governo e apelar a união de salvação nacional ou novas eleições

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O partido grego da esquerda radical que está a tentar formar Governo, o Syriza, deverá falhar, tal como aconteceu já com o Nova Democracia. A confirmarem-se as previsões, será a vez de o PASOK ser convidado a iniciar negociações com vista à formação de uma coligação. Mas o líder do partido, Evangelos Venizelos, deverá recusar.

Aquele que foi ministro das Finanças do país nos últimos anos deverá pedir antes ao Presidente da República grego que marque uma reunião entre todos os partidos, para que se possa formar um Governo de salvação nacional, que mantenha os compromissos assumidos com a troika. Se também isso falhar, então Venizelos defenderá o agendamento de novas eleições, escreve esta quarta-feira o jornal helénico «Proto Thema», citado pela Bloomberg.

O PASOK foi o terceiro partido mais votado nas eleições do passado domingo. A Constituição grega estipula que o partido mais votado seja o primeiro a tentar formar Governo, num prazo de três dias. O Nova Democracia, assumiu o falhanço nessa missão logo no primeiro dia. Neste caso, a Constituição diz que deverá ser o segundo partido mais votado (neste caso, o Syriza) e só em caso de novo fracasso deve avançar o terceiro partido com mais votos. Se nenhum conseguir formar Governo, devem ser convocadas novas eleições.

Syriza reúne-se hoje com Nova Democracia e PASOK

O Syriza iniciou na terça-feira os contactos com outros partidos e, para já, chegou a acordo com a Esquerda Democrática, mas ainda não chega para a coligação de maioria, que implica 151 lugares no Parlamento. A esquerda radical conquistou apenas 52 nas eleições, e conta com o apoio dos 19 lugares alcançados pelo Esquerda Democrática. Será preciso convencer mais partidos a aliarem-se.

A esquerda radical afirmou já que, caso venha a formar Governo, pretende nacionalizar os bancos e rejeitar as condições do resgate internacional, além de suspender pagamentos. O líder do Syriza, Alexis Tsipras, disse que «obviamente, o resultado eleitoral torna nulo o resgate».

Esta quarta-feira Tsipras reúne-se com os líderes da Nova Democracia e do PASOK, mas um acordo parece impossível, já que os dois partidos, que formavam a coligação do último Governo, afirmaram já que pretendem manter o acordo com a troika.

Novas eleições devem ser marcadas para junho

O cenário mais provável é agora a marcação de novas eleições, que deverão ocorrer em junho. Um arrastar da indefinição, num país que corre contra o tempo para evitar o colapso financeiro. Muitos analistas acreditam mesmo que a Grécia tem agora maior probabilidade de sair do euro de sair do euro.

Alguns admitem mesmo que a ajuda internacional pode ficar comprometida, enquanto não houver novo Governo. Para já, o jornal «Sueddeutsche Zeitung» avança que a troika cancelou a viagem à Grécia que estava marcada para a próxima semana, preferindo esperar pela clarificação da situação política do país.

Venizelos, que era ministro das Finanças à altura do pedido de resgate e que assinou o acordo com a troika, apelou aos gregos para apoiarem propostas para um governo de unidade nacional, com base em todas as forças que querem a Grécia na Europa e no euro.

Do mesmo modo, o líder do Nova Democracia, Antonia Samaras, afirmou que o seu partido só participará numa coligação governamental que garanta a segurança e o futuro da Grécia dentro da Zona Euro.
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