Grécia: Syriza afasta integrar Governo de união nacional - TVI

Grécia: Syriza afasta integrar Governo de união nacional

Syriza ainda pode vir a integrar executivo. Agências de rating e Alemanha intensificam pressão

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Afinal, à terceira pode ainda não ser de vez. A Grécia parecia mais perto de evitar novas eleições e conseguir formar um governo de coligação, liderado pelo PASOK, o terceiro partido mais votado nas eleições do passado fim-de-semana, mas o Syriza acaba de pôr de parte a ideia de integrar um Governo de unidade nacional.

O líder dos socialistas, Evangelos Venizelos, recebeu na quinta-feira do Presidente da República grego, Corolos Papoulias, um mandato para tentar formar governo, depois de os dois partidos mais votados, o Nova Democracia, de direita, e o Syriza, de esquerda radical, terem tentado e falhado.

O problema é que cada partido tem um número de assentos parlamentares que fica muito longe da maioria, pelo que, para formar um Governo maioritário, são necessários vários partidos numa mesma coligação.

O PASOK começou com o pé direito, ao conseguir, na quinta-feira, o acordo do Dimar, ou Esquerda Democrática, de centro-esquerda, para um Governo de coligação com o objetivo de manter a Grécia no euro, embora queira sair do resgate internacional.

Mas esta sexta-feira, as coisas não estão a correr tão bem. O PASOK tinha reuniões com o Nova Democracia e o Syriza, um partido que, para o líder do Dimar, Fotis Kouvelis, teria de fazer parte de um Governo de coligação. Mas o Syriza não chegou a acordo com o PASOK e, segundo a Reuters, acaba de recusar integrar um Governo de união.

Se não houver acordo, a Grécia terá de voltar a eleições que, a serem marcadas, deverão decorrer em meados de junho. A Constituição grega estipula que, se nenhum dos três partidos mais votados nas eleições conseguir formar Governo, deve ser convocado novo ato eleitoral.

Papademos recusa continuar se marcarem novas eleições

Entretanto, a imprensa grega avançou que o primeiro-ministro cessante, Lucas Papademos, vai reunir-se esta tarde com o Presidente da República grego. A expectativa era de que Papdemos permanecesse no cargo até que o novo executivo tome posse, mas a Bloomberg escreve que este recusou fazê-lo caso sejam marcadas novas eleições.

A Alemanha continua a pressionar a Grécia. Depois de ter ameaçado suspender a ajuda externa se o país não assegurar os compromissos assumidos com a troika, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble avisou que a Grécia deve estar preparada para acontecimentos imprevistos, como a saída do euro.

Saída do euro e corte de rating em cima da mesa

O cenário é encarado como cada vez mais plausível pelos analistas, se o país não chegar a acordo de modo a garantir o cumprimento do acordo. Fontes da Zona Euro citadas ontem pela Reuters diziam que os parceiros europeus podem continuar a financiar a Grécia até final de junho, cerca de duas semanas depois das novas eleições, se estas forem convocadas. Mas se, na sequência do segundo ato eleitoral, a Grécia falhar novamente a formação de um Governo, o cenário pode escurecer rapidamente.

Para o presidente do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), Klaus Regling, esta seria a opção mais cara.

Aquilo que chama de «o pior cenário», «será a solução mais cara para todas as partes envolvidas», afirmou em entrevista ao jornal «Die Presse».

A Standard & Poor's já avisou que, se o apoio externo for suspenso na sequência da turbulência política, o rating do país pode sofrer novos cortes. Hoje foi a vez da agência de notação Fitch deixar um aviso: se a Grécia sair do euro, não será apenas o seu rating a sofrer as consequências. Os outros países do euro que se encontram com outlook negativo sofrerão também cortes. Portugal está nessa lista, que abarca ainda Itália, Espanha, Bélgica, Chipre, França, Irlanda e Eslovénia.

[Atualizada às 18:20h com resposta do Syriza]
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