Hollande admite que França vai ter de rever défice de 2013

O Presidente francês, François Hollande, reconheceu este sábado que a França vai ter de rever o objetivo para o défice este ano e acrescentou que o Estado deve avançar com novas medidas de desenvolvimento, sem recorrer à austeridade.

Hollande falava numa conferência de imprensa no Salão de Agricultura de Paris, um dia depois de Bruxelas ter estimado que o défice público terá ficado nos 4,6% do produto interno bruto (PIB).

«Estamos obrigados a rever os nossos objetivos. (...) Admito que não é 3%, mas estamos num caminho que demonstra um esforço saudado pelo Tribunal de Contas e pela Comissão Europeia e esse esforço vai manter-se, para chegar ao equilíbrio no final do quinquénio», disse.

Para chegar, disse, «não há necessidade de acrescentar austeridade», mas sim de cumprir objetivos, melhorar a competitividade e desenvolver sem aplicar medidas que travem o investimento e o consumo.

«Já se pediu muito ao consumidor e às administrações, mas há que desenvolver» em todas as áreas, apontou, destacando que mantém a sua aposta no crescimento, porque esta é a maneira de chegar «mais facilmente à redução do défice».

Perante a conjuntura da zona euro, Hollante disse que é preciso «tirar a austeridade da escala europeia, aplicar o pacto de crescimento negociado em junho, coordenar melhor as políticas económicas, fazer com que os países com excedente possam animar o mercado interno e corrigir os desequilíbrios sem acrescentar políticas de recessão».

Hollande disse não querer julgar a austeridade imposta em países como «Espanha, Itália, Portugal, Grécia e outros», por considerar que «perante a gravidade da situação tinham, sem dúvida, parte de razão», mas destacou que a sua aplicação «empurrou a economia europeia para baixo».