Leilão não é «derradeiro teste» para assegurar saída limpa - TVI

Leilão não é «derradeiro teste» para assegurar saída limpa

Maria Luís Albuquerque (Lusa/EPA)

Assegura a ministra das Finanças sobre Portugal emitir dívida a 10 anos na próxima semana

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A ministra das Finanças afirmou esta quinta-feira que o leilão de dívida pública da próxima semana se insere no programa de financiamento para o segundo trimestre e rejeitou tratar-se de um «derradeiro teste» para assegurar uma saída limpa.

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«O leilão de dívida pública faz parte dos planos que tínhamos, faz parte do programa de financiamento anunciado para este trimestre. Com os mercados não há testes derradeiros, isto é um trabalho contínuo», afirmou Maria Luís Albuquerque em conferência de imprensa, após a reunião semanal do Conselho de Ministros.

A ministra reforçou que Portugal terá que continuar a trabalhar para assegurar o financiamento nos mercados e rejeitou tratar-se de um teste que garanta uma saída limpa do programa de ajustamento.

«Teremos de continuar a fazer o nosso trabalho para podermos contar com o financiamento de mercado em boas condições. Nesse aspeto, não aqui há nada de derradeiro», sublinhou Maria Luís Albuquerque.

Portugal vai realizar um leilão de obrigações do tesouro com o prazo de 10 anos na próxima quarta-feira, numa operação em que espera arrecadar entre 500 e 750 milhões de euros, foi hoje anunciado.

Segundo o comunicado do IGCP, a agência de gere a dívida pública, o leilão realiza-se pelas 10:30 (hora de Lisboa) de 23 de abril e terá maturidade em fevereiro de 2024.

Depois da chegada da troika (Fundo Monetário Europeu, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) a Portugal, o Tesouro realizou uma emissão a 10 anos em maio de 2013, quando emitiu três mil milhões de euros a taxa de juro anual de 5,65%.

Já este ano, o IGCP fez um reforço dessa série de obrigações com maturidade até fevereiro de 2024 e fez uma nova colocação de três mil milhões de euros de dívida, a uma taxa de juro média de 5,112%.

No entanto, estas emissões foram sindicadas, com o Estado a mandatar vários bancos para colocarem os títulos, pelo que a emissão da próxima semana será a primeira sem recurso a sindicato bancário desde 2011, antes do memorando de entendimento acordado entre Portugal e a troika.

No início de abril, o IGCP - Agência da Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública divulgou o plano de financiamento, tendo referido que previa «um a dois leilões de obrigações do tesouro (OT) durante o segundo trimestre de 2014, sendo esperadas colocações de 500 a 750 milhões de euros por leilão».

No final de março, o presidente do instituto, Moreira Rato, disse no Parlamento que a almofada financeira prevista para 2014 é de sete mil milhões de euros, mas que espera conseguir uma reserva maior, afirmando que «o que pode fazer sentido» para este ano é ter «uma almofada à volta de 10 mil milhões de euros».

As obrigações soberanas de Portugal a 10 anos seguiam hoje, cerca das 16:40 (hora de Lisboa), a transacionar nos 3,726% no mercado secundário, o valor mais baixo desde 2009, segundo dados disponibilizados pela agência de informação financeira Bloomberg.
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