Ex-presidente do Banif diz que solução encontrada é "desastrosa" - TVI

Ex-presidente do Banif diz que solução encontrada é "desastrosa"

Jorge Tomé afirmou que o banco não foi consultado nem informado da decisão do Banco de Portugal

O ex-presidente do Banif, Jorge Tomé, considera que a solução encontrada pelo Governo para o banco é "desastrosa". Em entrevista à SIC Notícias, esta quarta-feira, Jorge Tomé afirmou que o banco não foi consultado nem informado da decisão do Banco de Portugal.

Jorge Tomé frisou que o Banif não teve qualquer acesso ao processo de venda nem o Banco de Portugal contatou o Banif. O ex-presidente do banco disse que no dia 18, quando receberam as propostas, o supervisor chamou o dossier e começou a negociar com um dos investidores.

Como teve conhecimento da decisão do Banco de Portugal? "Através da comunicação", respondeu José Tomé.

"O banco não teve qualquer acesso ao Banco de Portugal nem o Banco de Portugal contatou o banco. Sabíamos que o Banco de Portugal no dia 18, sexta-feira, quando recebemos as propostas, chamou o dossier e começou a negociar com um dos proponentes, mas não sabíamos nada do que se estava a passar."


O ex-presidente do Banif deixou críticas ao resultado do processo de venda que classificou de "desastroso" e sugeriu que o cenário de resolução poderia ter sido evitado.

"Acho que se tivéssemos feito uma análise das propostas e negociado as propostas poderíamos encontrar ali uma ou outra proposta que evitaria a resolução. Só que não houve essa possibilidade."



O Governo e o Banco de Portugal optaram pela venda do Banif 
ao Banco Santander Totta, no âmbito da medida de resolução aplicada ao banco cuja maioria do capital pertencia ao Estado português, de forma a impedir a sua liquidação. 

No domingo à noite, em comunicado, o supervisor bancário  divulgou a operação
, explicando que a mesma foi tomada face às "imposições das instituições europeias", bem como devido à "inviabilização da venda voluntária do Banif". 

A operação "envolve um apoio público estimado em 2.255 milhões de euros, que visam cobrir contingências futuras, dos quais 489 milhões de euros pelo Fundo de Resolução e 1.766 milhões diretamente do Estado", disse o banco central, garantindo que esta solução "é a que melhor protege a estabilidade do sistema financeiro português". 

Na sequência disto, o Governo aprovou na segunda-feira em Conselho de Ministros extraordinário e entregou o  Orçamento Retificativo
 na Assembleia da República. 

O PSD viabilizou o Orçamento Retificativo
com a abstenção na votação do documento, que foi aprovado na Assembleia da República, nesta quarta-feira. 


 
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