«Ambos comunicaram que estão envolvidos em processos de natureza criminal tanto em Portugal como no Luxemburgo e m de natureza contraordenacional. Invocam o facto de terem tido contacto com mandatos de busca em que se definia matérias de natureza criminal, em que estão matérias do segredo de justiça»
A explicação foi dada pelo presidente da comissão de inquérito, o social-democrata Fernando Negrão, que continuou:
«Solicitam que as reuniões sejam feitas à porta fechada, sendo que ambos me deram a garantia de que, sendo à porta fechada, falariam sobre as matérias em causa e responderiam às perguntas formuladas pelos senhores deputados. Não só os próprios continuam vinculados ao segredo de justiça, como o segredo de justiça se estende a todos os que estão presentes na sala».
José Castella, de resto, pediu também «proteção de direito à imagem». A sua audição está marcada para esta quarta-feira, dia 7 de janeiro, às 16:00. Já Machado da Cruz será ouvido na quinta-feira, dia 8, à mesma hora.
As reações dos deputados da comissão de inquérito
Os deputados deferiram os requerimentos, mas condicionando-os a uma situação de «excecionalidade». Da parte do PSD, Carlos Abreu Amorim quis assinalar isso mesmo, frisando que comissão de inquérito «deve funcionar, em regra, à porta aberta».
Seguiu-se o Bloco de Esquerda, pela voz de Mariana Mortágua, a sublinhar ambém o «caráter de excecionalidade». «Aceitamos este pedido condicionado a utilidade desta reunião à porta fechada».
José Magalhães, do PS, disse, por sua vez: «Entre depoimento zero e depoimento, preferimos depoimento».
O PCP, «a vontade» que tinha era de dizer que se opunha, mas entende que não é regra, é exceção.
Por último, Cecília Meireles (CDS-PP) lembrou que «a descoberta da verdade» é o objetivo da comissão de inquérito e a maneira como os dois próximos inquiridos se exprimiram «é que deixam explícito que a única forma que temos de ouvir é à porta fechada, porque são arguidos e têm esse direito».