Para o primeiro-ministro, José Sócrates, o FMI não é uma possibilidade, já que Portugal está «a fazer o que deve» para cumprir as metas do défice a que se comprometeu com Bruxelas.
«Não temos nenhum problema que exija recorrer ao Fundo Monetário Internacional. O nosso problema é apenas um problema orçamental que temos de corrigir, tal como outros países têm! Quem não percebe que o que estamos a viver é uma questão sistémica, que diz respeito ao euro, não percebeu nada desta crise», disse José Sócrates numa entrevista exclusiva ao «Diário de Notícias».
«Não há nenhuma razão para que o FMI entre em Portugal, porque Portugal não necessita disso! O Governo não necessita disso, nós sabemos exactamente o que fazer e não precisamos que alguém nos venha dizer o que devemos fazer», sublinhou o primeiro-ministro.
José Sócrates garantiu que vai chegar ao final deste ano com um défice de 7,3% e reduzi-lo para os 4,6% no próximo ano.
«Aí ficaremos com um dos défices menores da União Europeia, e ficaremos protegidos naquilo que é a nossa principal debilidade neste momento».
Mercados vão perceber o que Portugal está a fazer
Por isso, o governante acredita que «os mercados lentamente perceberão que Portugal está a fazer aquilo que deve para a sua consolidação orçamental, para oferecer confiança aos mercados internacionais».
É por tudo isto que o primeiro-ministro reitera a sua confiança no ministro das Finanças: «O ministro Teixeira dos Santos, comigo, fez uma consolidação orçamental em apenas dois anos. Propusemos à Europa três e fizemos esse trabalho em apenas dois anos».
Confiante nas medidas de austeridade definidas este ano, Sócrates exclui mais cortes nos salários da Administração Pública em 2011: « Era o que faltava, não!»
Já sobre as negociações entre sindicatos e patrões sobre as questões do emprego e da competitividade, José Sócrates acredita que estas serão «rápidas» e que deverão estar concluídas «antes do final do ano».
Quanto à decisão do presidente regional dos Açores, Carlos César, de compensar o corte salarial dos funcionários públicos com dinheiro da região, o governante disse apenas que «é preciso respeitar a autonomia» e esperar que as instâncias definam se esta decisão é ou não constitucional.
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- Redação
- RL
- 11 dez 2010, 12:15
Portugal está a «fazer o que deve» e os mercados internacionais vão perceber isso «lentamente»
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