A maioria dos empresários britânicos pondera deslocar a sede ou seções das suas empresas para o estrangeiro, como resultado do Brexit. Esta é a principal conclusão de um estudo da consultora KPMG, divulgado neste fim de semana.
Setenta e seis por cento dos empresários britânicos considera a recolocação de parte ou da totalidade dos seus negócios, no rescaldo do referendo de 23 de junho, que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). O Governo britânico já confirmou que que o país deve evocar o 50.º artigo do Tratado de Lisboa no início do próximo ano e com isso começar as negociações sobre a saída do país da União Europeia.
A sondagem divulgada foi realizada a 100 executivos britânicos, nas áreas da produção, vendas, telecomunicações, cujo lucro das suas empresas está entre os 115 milhões e 1,15 mil milhões de euros.
Note-se que, segundo o estudo, 72% dos inquiridos revelou ter votado na permanência da Grã-Bretanha na UE.
Simon Collins, presidente da KPMG em Londres, afirmou, em declarações à agência Reuters, que “os empresários reagem em resposta a uma incerteza que prevalece face à ausência de planos de contingência”.
O presidente da KPMG acrescenta ainda, que a migração dos negócios britânicos para o estrangeiro deveria ser uma “enorme preocupação para os políticos” e que algumas medidas deviam ser adotadas de forma a monitorizar as necessidades de cada empresa, evitando a sua saída.