FMI defende ajuda direta aos bancos de Espanha - TVI

FMI defende ajuda direta aos bancos de Espanha

Para Lagarde, a Europa deve aplicar os seus mecanismos anti-crise na banca espanhola para atenuar o «renovado stress» financeiro vivido na Zona Euro

Relacionados
A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, defendeu esta quinta-feira a recapitalização direta dos bancos espanhóis pelos mecanismos financeiros anti-crise europeus, alertando para o «renovado stress» financeiro na Zona Euro como uma das «nuvens» do cenário económico global.

Na sua primeira conferência de imprensa nas reuniões de primavera deste ano, Lagarde considerou «boas e muito bem vindas» as medidas e políticas anunciadas pelo governo de Madrid, que «está a levar muito a sério o assunto» da fragilidade dos bancos devido ao mercado imobiliário, mas afirmou que a União Europeia pode fazer mais.

Atualmente, disse, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e o Mecanismo de Estabilidade Europeia (MEE) podem ser usados na recapitalização de bancos na Zona Euro, mas a ajuda tem de ser canalizada por empréstimos a fundos soberanos.

«O que estamos a advogar, temos vindo e vamos continuar a advogar, é que [a recapitalização] pode ser feita sem canalizar através dos fundos soberano», disse Lagarde, citada pela Lusa.

«Veríamos isto como um movimento para uma maior e melhor integração, mais forte e melhor Europa».

Para Lagarde, a reorientação dos fundos deveria ser acompanhada de reforço dos mecanismos de supervisão europeia e de um «sistema apropriado de liquidação de bancos».

Economia mundial com «nuvens negras no horizonte»

Já sobre a economia mundial, a líder do FMI fez uma «analogia meteorológica»: uma «recuperação ligeira soprando num vento de primavera, mas com nuvens muito negras no horizonte».

Existe, «uma recuperação, tímida, uma situação frágil, ainda com riscos elevados».

Os riscos são o elevado desemprego em economias avançadas e também emergentes, o prolongado crescimento lento, potencial desalavancagem, renovado stress financeiro elevado na zona euro e preços petrolíferos elevados.

No «epicentro dos riscos potenciais» está a Europa e a Zona Euro, continuou Lagarde, que aplaudiu as «ações significativas» a nível dos governos e da UE, nomeadamente, a nível orçamental, imposição de disciplina e sanções mais fortes para os incumpridores, a par de um envolvimento significativo das instituições europeias, em particular do BCE, e de uma expansão dos recursos do firewall europeu.

«Se tivéssemos uma mensagem para a Europa, e Zona Euro em particular, seria manter, para melhor e mais Europa; manter significa implementar reformas que tiveram lugar a nível nacional, dentro da zona monetária. Manter o aprofundamento da integração da zona a múltiplos níveis. E edificar sobre estes esforços».

Sobre a Grécia, Christine Lagarde sublinhou que «muito aconteceu» nos últimos meses, apontando para a mudança de governo e de abordagem, com um novo primeiro-ministro que «está a levar a sua tarefa muito a sério», e mesmo na implementação das condições para os novos empréstimos, que têm sido passadas a lei.

Mas, adiantou, devem ser feitos mais esforços ao nível da coleta fiscal, para que o «fardo do povo grego» seja partilhado por todos.

[Notícia atualizada às 15h40 com mais informação]
Continue a ler esta notícia

Relacionados

Mais Vistos

EM DESTAQUE