Esta empresa dá prémio monetário - TVI

Esta empresa dá prémio monetário

Agência Financeira

Leica Portugal é exceção em tempos de crise

Em tempos de crise há empresas que marcam a diferença e a subsidiária portuguesa da Leica é um exemplo disso. A fabricante de máquinas fotográficas atribuiu aos trabalhadores um prémio monetário para compensar o corte do subsídio de Natal e a sua produtividade.

«Em novembro, como os trabalhadores tiveram de prescindir de parte do subsídio de Natal, a Leica optou por atribuir um prémio», distribuindo lucros para colmatar esta perda salarial, diz o presidente da Leica, Carlos Mira.

Este prémio visa incentivar os trabalhadores da unidade de Vila Nova de Famalicão, que são a chave do sucesso da empresa em Portugal. Isto porque se não fosse a qualidade do trabalho dos colaboradores provavelmente a empresa de origem alemã já não estaria em Portugal, adianta.

«A Alemanha precisa de Portugal. Já houve tentativa de deslocalizar alguns produtos ou componentes. Fazemos aqui alguns produtos que são únicos no mundo», confidencia.

Ao todo, trabalham na unidade famalicense 650 colaboradores.

Nesta unidade, a Leica privilegia os anos de casa, porque produzir máquinas fotográficas desta marca exige «um parâmetro de qualidade elevado», sublinha o responsável.

«Temos um know how de quase quarenta anos, mais de metade dos trabalhadores já estão quase há mais de 25 anos, e isso é um know how quem nem a casa-mãe tem hoje em dia», diz Carlos Mira, com orgulho.

«Há uma mulher que está quase a fazer 40 anos na empresa», acrescenta Carlos Mira, com um sorriso, enquanto apresenta as três secções da unidade de Vila Nova de Famalicão: mecânica, ótica e montagem.

Do total de trabalhadores, 353 são mulheres e mais de 5 por cento dos colaboradores têm formação superior.

A Leica arrancou em Portugal em 1973, sessenta anos depois da primeira câmara Leica ter sido inventada, com cinco pessoas.

Atualmente, a média de idades na fábrica é de 39 anos, o que para Carlos Mira demonstra que parte dos trabalhadores começou a trabalhar muito cedo na unidade que se estende ao longo de 11.700 metros quadrados (área de produção), de um total de 21 mil metros quadrados.

A empresa sempre teve uma postura discreta, tal como os seus responsáveis. Aliás, poucos sabem que o Banco Espírito Santo (BES) tem 8 por cento da empresa portuguesa.

O próprio administrador admite que são poucas as pessoas que sabem o que se realmente se produz na unidade.

«Já me têm dito que se produzem aqui umas máquinas», diz a sorrir, encolhendo os ombros. Também não há memória de qualquer visita solene à unidade.

A fábrica portuguesa produz 90 por cento da máquina fotográfica, estando a conceção final entregue à casa-mãe, na Alemanha. Apenas os binóculos compactos têm a indicação «made in Portugal».
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