Portugal emite mais dívida que o previsto, mas a juros mais altos - TVI

Portugal emite mais dívida que o previsto, mas a juros mais altos

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Estado conseguiu obter financiamento de 1.150 milhões de euros, pagando um juro de 3,252%, mais alto do que na última emissão de dívida a 10 anos, realizada em março.

Ficaram superadas as estimativas em relação ao leilão de dívida de longo prazo realizado esta quarta-feira, já que o Estado português conseguiu mais financiamento do que o previsto, mas para isso também pagou um juro mais alto. 

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública indica que a taxa de juro cobrada para emitir 1.150 milhões de euros em Obrigações do Tesouro foi de 3,252%, mais do que no último leilão do género, realizado em março, altura em que foi pago um juro de 3,14%.

A procura dos investidores foi 1,59 vezes superior à oferta, com um ligeiríssimo recuo face à emissão de há dois meses.

As Obrigações do Tesouro em causa têm maturidade a 21 de julho de 2026 e o montante indicativo estava entre 750 milhões a 1.000 milhões de euros, pelo que o resultado supera a previsão. 

Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa expressou já que estes resultados estão "dentro do esperado, com a taxa em linha do que se faz no mercado secundário".

Logo depois de conhecidos os resultados de hoje, os juros da dívida a 10 anos, precisamente, estavam a subir ligeiramente, pouco acima do patamar dos 3,3% e, lá está, apenas ligeiramente mais do que a taxa cobrada hoje.

"Correu sem qualquer problema, talvez por isso se tenha optado por emitir um pouco acima do previsto inicialmente que era um intervalo entre 750 e mil milhões de euros. A yield curve (a relação entre o custo do empréstimo e o seu tempo de maturação) do débito da dívida portuguesa não mostra qualquer tipo de stress com Portugal e os investidores aproveitam as oportunidades não só na dívida pública portuguesa como também na dívida das empresas portuguesas"

Este leilão surge numa semana em que os juros da dívida foram pressionados pela Grécia, que ultima as condições do terceiro resgate com os credores, sujeita a mais e nova austeridade.

Ao longo de 2016, a instituição liderada por Cristina Casalinho espera emitir, em termos brutos, 18.000 a 20.000 milhões de euros em dívida de médio e longo prazo. De que forma? "Combinando sindicatos e leilões" e assegurando "no mínimo" um leilão de Obrigações do Tesouro por trimestre.

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