"As relações económicas bilaterais têm um dinamismo e um crescimento assinaláveis em variadíssimos setores. Em 2008 a China era o nosso 28.º parceiro comercial, hoje é o 12.º. Houve uma progressão de mais de 300% em seis anos", disse Leonardo Mathias à agência Lusa.
"As nossas exportações para a China já ultrapassaram, em valor, os mil milhões de euros (por ano)", acrescentou.
Leonardo Mathias é o primeiro governante português a visitar a China em 2015, o ano em que se assinala o 10.º aniversário do acordo luso-chinês de "parceria estratégica global".
As relações políticas entre Portugal e a China "são muito construtivas e positivas, de diálogo aberto e franco", afirmou.
Leonardo Mathias viaja com uma delegação da Agência de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), chefiada pelo respetivo inspetor-geral, Pedro Portugal Gaspar, e depois de Pequim, visitará as Regiões Administrativas Especiais de Macau e Hong Kong.
Na capital chinesa, além do seu homólogo no Ministério do Comércio, Leonardo Mathias vai encontrar-se responsáveis de grandes empresas com interesses em Portugal, nomeadamente a China Three Gorges, que é hoje o maior acionista da EDP, e a multinacional de equipamentos de telecomunicações Huawei.
O programa inclui também encontros no organismo homólogo da ASAE e reuniões no Wanda Group, consórcio privado que está a investir no setor imobiliário europeu, e no CIC (China Investment Corporation), o fundo soberano chinês.
Nos últimos anos, Portugal foi um dos principais destinos do investimento chinês na Europa, a seguir ao Reino Unido, Alemanha e França, estimando-se em mais de 10.000 milhões de euros o montante do capital chinês absorvido pela economia portuguesa desde 2011.
"Portugal acarinha, agradece e acompanha quem pretende investir no nosso país. A atração de investimento é fundamental para criar novos empregos e isso, para o governo, é o aspeto mais importante", disse Leonardo Mathias.
Pelas contas da Administração-geral das Alfândegas Chinesas, em 2014, as exportações portuguesas para a China aumentaram 18,8%, para 1.660 milhões de dólares - mais de dobro de há, apenas, cinco anos.
O acordo luso-chinês de "parceira estratégica global", um dos primeiros do género entre a China e países europeus, foi assinado em dezembro de 2005 em Portugal pelos primeiros-ministros dos dois países, na altura José Sócrates e Wen Jiabao, respetivamente.