Défice nos 2,5% é “muito boa notícia” que faz Centeno minimizar riscos - TVI

Défice nos 2,5% é “muito boa notícia” que faz Centeno minimizar riscos

Ministro das Finanças diz que dados do INE até setembro mostram o caminho “sustentável e saudável” do crescimento da economia portuguesa. Riscos estão “minimizados”. Há o “objetivo” de a solução para os lesados do BES não ter impacto

Com o final do ano à porta, Mário Centeno mostra otimismo usando o superlativo ao reagir à redução do défice para 2,5% até setembro, segundo o INE: “É uma muito boa notícia para a economia portuguesa”.

Antes de o enfatizar aos jornalistas, lembrou que para além da redução do défice, o emprego está “mais forte”, as exportações "a crescer acima" do das importações e que o rendimento das famílias está a aumentar "mais do que o consumo", o que quer dizer que a poupança também aumenta. Tudo para chegar à conclusão de que a estratégia seguida é para continuar.

Estes resultados mostram que o caminho de crescimento da economia portuguesa é sustentável e saudável, é este o compromisso que o governo mantém, vamos prosseguir assim em 2017 a estratégia de rigor e de estabilidade que nos trouxe a estes resultados”.

Riscos há, não os nega, mas não se mostra muito preocupado. “A execução orçamental de outubro, já conhecida, e de novembro que vai ser conhecida esta tarde comprovam que há uma melhoria continuada dos déficits face a 2015. A execução de dezembro está controlada”.

A minimização desses riscos foi um objetivo e foi plenamente conseguida. Portanto, o país encontra-se em condições de sair do Procedimento por Défice Excessivo [conseguir que fique abaixo dos 3%] com tudo o que isso significa, quer na flexibilidade na execução orçamental para 2017 e para os anos seguintes, mas principalmente credibilização do processo de consolidação que trará consequências positivas para toda a economia portuguesa”.

O ministro das Finanças não quis levantar o véu aos números concretos que a Direção-Geral do Orçamento vai divulgar logo à tarde sobre a execução orçamental até novembro, mas disse que "qualitativamente a melhoria do deficit face a 2015 é superior àquela que se registava no acumulado até outubro, mantendo vetores essenciais da política orçamental".

Quais são? "O rigor na execução da despesa é algo que já se verifica desde meados do ano que é aceleração do crescimento da receita, que se prende com aceleração crescimento económico". Prometeu a seguir um crescimento "a níveis muito próximos daqueles que estavam no Orçamento original". "Essa garantia está a uns dias de ser conseguida, é objetivo essencial vamos com certeza ficar nos limites orçamentais daquilo que foi definido no OE".

Lesados, perdão fiscal e salário mínimo

Na declaração que fez no ministério que tutela, Mário Centeno foi questionado sobre a solução encontrada para os lesados do BES e seu potencial impacto para o défice. Deu uma curta resposta, logo seguida de um 'muito obrigado' a indicar que a conferência de imprensa terminaria ali. "Não há nenhum impacto sobre 2016, o Governo trabalhou solução que tem de se materializar ao longo do ano de 2017 com objetivo de não ter impacto para o défice".

Já sobre o Plano Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES), cujo prazo de adesão termina hoje, 23 de dezembro, indicou que o balanço é "claramente positivo, principalmente pela dimensão de regularização de situações fiscais que ele comporta".

Não quis falar em valores concretos, mas deu a entender que superou as estimativas e que é "evidente" que vão estar refletidos nas contas. "Mais do que isso gostaria de realçar impacto económico sobre atividade de empresas e situação financeira das famílias portuguesas que esta oportunidade nos proporcionou".

A propósito do acordo de Concertação Social para atualizar o salário mínimo já em janeiro para os 557 euros, não quis indicar valores do impacto da contrapartida de redução da TSU em 1,25%. "O impacto é limitado no sentido de que é dinâmico, depende da criação de emprego e de fatores que não na sua essência positivos". 

Mais uma vez, preferiu falar genericamente das vantagens da medida, por permitir, "uma dimensão de partilha naquilo que é a evolução salarial em Portugal". "Há necessidade continuada de criação de emprego. Os apoios são importantes. É uma medida justa, aplica-se a empresas que têm situação regularizada com a Segurança Social. Sendo comum em muitos países europeus põe tônica importante na criação de emprego".

 

Continue a ler esta notícia