«Europa não pode ser uma prisão de regras e procedimentos» - TVI

«Europa não pode ser uma prisão de regras e procedimentos»

Enrico Letta (Reuters)

Enrico Letta quer que foco mude da austeridade para o crescimento e emprego

O novo primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, diz que «a Europa não pode converter-se numa prisão de regras e procedimentos que limitam as ações de todos, cidadãos, famílias e empresas».

As declarações foram proferidas durante uma audiência no Senado, na véspera da realização da cimeira extraordinária da União Europeia, e nelas o líder do executivo de coligação considerou que a Europa «atravessa uma crise de legitimidade que advém da ausência de resultados».

Citado pela Lusa, Letta exortou a que se transforme a energia que se usou nas políticas de austeridade para implementar «políticas de crescimento e criação de emprego».

De acordo com a agência de informação espanhola EFE, Letta disse que «é preciso um resultado abrangente e concreto no próximo Conselho Europeu de junho sobre as políticas de criação de emprego jovem» e anunciou que vai escrever uma carta ao presidente do Conselho Europeu, na qual expressará que «a União Europeia não terá futuro se não der esperança a quem tem o futuro pela frente».

A taxa de desemprego em Itália ultrapassa os 10%, mas entre os jovens situa-se perto dos 40%.

Para Letta, a União Europeia tem de «passar aos atos depois de tantas palavras», porque «não pode tomar decisões, marcar calendários e objetivos e depois passarem meses sem resultados concretos».

Apesar de não defender explicitamente uma renegociação dos tratados, Letta lembrou que os europeus «estão bloqueados, enquanto os Estados Unidos e o Japão seguem caminhos não convencionais, sem dogmas impostos».

Certo é que o primeiro-ministro defendeu, como já o fez várias vezes, que a abolição do limite de 3% para o défice das contas públicas de cada Estado-membro da zona euro seria «um sinal muito importante» e mostraria «um novo caminho para a Itália e para a Europa».
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