BES 'mau' vai acabar - TVI

BES 'mau' vai acabar

Ricardo Salgado na apresentação dos resultados do BES relativos ao 1.º semestre [ANTONIO COTRIM/LUSA]

Banco de Portugal dá conta que o Banco Central Europeu revogou a autorização para que instituição de crédito exerça atividade. Com essa decisão, segue-se a dissolução e entrada em liquidação do banco. É o fim de um ciclo

É o fim de um ciclo: o BES mau vai ser liquidado. O Banco Central Europeu revogou a autorização do Banco Espírito Santo, S.A. para o exercício da atividade de instituição de crédito, anuncia em comunicado o supervisor da banca portuguesa, o Banco de Portugal.

"A decisão de revogação da autorização do BES implicará a dissolução e a entrada em liquidação do banco, em conformidade com o disposto nos números 1 e 2 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 199/2006".

Apesar de, até agora, o BES ainda ter licença, já não podia realizar as atividades tradicionais de um banco, como receber depósitos ou conceder crédito.

O próximo passo a ser dado pelo Banco de Portugal é requerer, nos termos da lei e junto do tribunal competente, o início da liquidação judicial do BES.
 
"O Governador do Banco de Portugal agradece ao Conselho de Administração do BES, nomeado após a resolução de 3 de agosto de 2014, a grande dedicação e competência demonstradas no exercício das suas funções, em condições pioneiras e particularmente complexas", lê-se ainda no mesmo comunicado.

Foi Máximo dos Santos quem esteve à frente do BES mau. A resolução do banco liderado por Ricardo Salgado, em agosto de 2014, resultou neste banco com ativos tóxicos e no Novo Banco. Entretanto, o gestor foi para a Caixa Geral de Depósitos.

O BES mau terminou 2015 com prejuízos de 2,6 mil milhões euros. Máximo dos Santos admitiu, em maio último, que o banco vai recuperar poucos créditos.

Com o fim do Banco Espírito Santo, a sombra da marca BES desaparece, assim, em definitivo, quase dois anos depois do colapso do Grupo Espírito Santo.

Os lesados já vêm luz ao fundo do túnel, mas os seus problemas ainda não foram totalmente resolvidos. O Conselho de Finanças Públicas ainda agora advertiu que este caso é precisamente um dos "riscos relevantes" para o cumprimento do défice. 

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