Não há consenso no primeiro balanço da greve dos trabalhadores da empresa de tratamento de resíduos Valorsul - que faz a recolha de lixo em Lisboa e na zona Oeste. A Comissão Sindical de Trabalhadores diz que a adesão foi de 100% entre as 00:00 e as 08:00 da manhã desta terça-feira. A Valorsul diz que foi de apenas 19% até às 10:00. A paralisação de 32 horas foi convocada para reivindicar o aumento os salários.
A recolha de Lixo serve 19 municípios da grande Lisboa e da zona Oeste, pelo que a greve afeta os municípios de Alcobaça, Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lisboa, Loures, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Odivelas, Peniche, Sobral de Monte Agraço, Rio Maior, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.
Ao início desta manhã, em declarações à agência Lusa, Mário Matos, da Comissão Sindical dos Trabalhadores da Valorsul, afirmou que a adesão do 1.º turno, a parte operacional da empresa de tratamento de resíduos (00:00-08:00), foi de 100 %.
Nas unidades operacionais, tivemos uma adesão de 100%. Obviamente que temos, por lei, que cumprir serviços mínimos. Relativamente às outras unidades, ainda não dispomos de números porque só entram a partir das 08:00".
A administração da empresa de resíduos Valorsuldisse que a adesão à greve até às 10:00 tinha sido de 19%, ressalvado que, como funciona em regime de turnos, não está completo o ciclo "que permita ter os valores finais".
Relativamente aos motivos invocados pelos trabalhadores para realizar a greve, a administração afirmou que os direitos dos trabalhadores foram repostos em julho de 2015.
A Valorsul desde o início manteve uma política de diálogo, recebendo sempre o sindicato, ouvindo as suas reivindicações e procurando, na medida do possível, dar resposta aos problemas identificados", refere a empresa, concluindo a nota assegurando que a Valorsul procurará "melhorar as condições de trabalho e de remuneração de todos os seus trabalhadores".
A Valorsul é uma das unidades pertencentes à Empresa Geral de Fomento (EGF), que foi já privatizada.
O processo de privatização da EGF desenvolveu-se através de um concurso público internacional, lançado no primeiro trimestre de 2014 pelo primeiro Governo chefiado por Pedro Passos Coelho, tendo ficado concluído em julho de 2015 com a aquisição de 95% do capital (que pertencia à Águas de Portugal) por parte do consórcio SUMA, que integra a Mota-Engil.