Centeno admite venda parcial do Novo Banco como "segunda via" - TVI

Centeno admite venda parcial do Novo Banco como "segunda via"

Em Bruxelas, o ministro das Finanças fala nos dois caminhos traçados pelo Banco de Portugal, não dando como certa a venda a 100% da instituição. TVI noticiou há uma semana que o fundo de resolução poderá ficar com uma posição à volta de 25%

O objetivo é vender o Novo Banco a 100% e o Lone Star tem agora a exclusividade nas negociações. Mas, como a TVI avançou na semana passada, a venda pode vir a ser apenas parcial. O próprio ministro das Finanças não afastou esse cenário, hoje, em Bruxelas.

Vamos ver. É uma matéria que está no contexto negocial. O caderno de encargos da venda é a 100%, mas existe também uma segunda via de negociação que não envolvia a venda dos 100%. Há diferentes carris negociais que o Banco de Portugal tem trilhado. Temos de aguardar". 

Mário Centeno foi questionado pelos jornalistas depois da reunião do Eurogrupo sobre a Grécia e as suas declarações vão de encontro ao que a TVI anunciou na semana passada: que apesar de estar a procurar acionistas privados, o Lone Star está a negociar com o Governo e com o Banco de Portugal para que o fundo de resolução, atual dono da instituição fique com uma posição à volta dos 25%.

Este ponto será uma alternativa de compromisso por deixar cair a exigência de uma garantia do Estado, recusada pelo Governo. Hoje o ministro não quis falar em contrapartidas, mas uma coisa é certa: a posição do Governo é para manter.

A posição que o Governo tem assumido e que vai obviamente manter [é de não haver garantias de Estado]. É importante garantir o sucesso da transação para a estabilidade financeira e para a estabilidade da instituição, mas obviamente também para o impacto nas contas públicas". 

O ministro realçou esse triplo objetivo, a "estabilidade financeira, a estabilidade da instituição e a estabilidade das contas públicas", mas não foi taxativo quanto a garantir que os cofres do Estado não saem prejudicados: "O processo está a decorrer. Há um conjunto de criterios que o Governo procurará atingir".

Destacando que o processo tem decorrido de forma "bastante tranquila", Mário Centeno também frisou as "contingências associadas em termos europeus" à venda do Novo Banco, pelo que embora o processo seja liderado pelo Banco de Portugal, o Governo está, também, "a seguir muito proximamente" o dossiê.

"É evidente que há contactos, esses contactos são normais dentro do processo e destinam-se apenas a garantir o pleno cumprimento das normas que se aplicam em termos de concorrência", disse ainda,

Entretanto, em reação à decisão do Banco de Portugal, o Lone Star mostrou-se "confiante", "otimista" e com expectativas elevadas. O fundo norte-americano reafirma estar "empenhado" em chegar a um acordo final e confirma que quer manter António Ramalho na liderança do banco.

 

 

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