Passos explica os «mil milhões» que faltam - TVI

Passos explica os «mil milhões» que faltam

Pedro Passos Coelho - TIAGO PETINGA / LUSA

Líder do BE perguntou pelo dinheiro que o «Estado gastou a mais», mas não ficou convencido com a soma das parcelas

O líder do Bloco de Esquerda iniciou a sua intervenção no debate quinzenal com uma pergunta: «Onde pôs os mil milhões?». Os mil milhões que «o Estado gastou a mais, em Julho, Agosto e Setembro?». E que se juntam ao desvio de «pouco menos de 2 mil milhões de euros, já incluída a trafulhice da Madeira», segundo números do Instituto Nacional de Estatística.

O primeiro-ministro defendeu-se com um «conjunto de receitas que não são realizáveis, estimadas em mil milhões de euros, respeitam a valores que foram construídos para concessões de jogo, para atribuição de novas capacidades de bombagem nas barragens, para a atribuição de potência fotovoltaica».

Esqueceu-se de 300 milhões, da venda de património do Estado ao próprio Estado, via a empresa Estamo. E só acrescenta a verba quando Francisco Louçã diz não acreditar na soma: «Isso não dá para mil milhões de euros». O problema, sublinha, é que «as medidas que estão a ser tomadas já fazem cair as receitas fiscais». E pergunta ao primeiro-ministro «porquê seguir o caminho da Grécia?», «porquê destruir a economia?».

O líder bloquista apelida a opção governamental da «economia das piranhas» e avisa: «Com este governo trabalha-se mais e tira-se 2 meses de pensões aos nossos país».

As frases de campanha de Pedro Passos Coelho foram relembradas pelo dirigente do Bloco de Esquerda com ironia: «A carga fiscal é mais do que suficiente. Não contarão connosco para aumentar impostos». Ou mesmo: «Salvem o leite achocolatado!». Pois, «esqueçam tudo o que o Governo disse», terminou Francisco Louçã.

Na resposta, o Parlamento ficou a saber que o leite achocolatado escapou à reclassificação nas taxas do IVA. E acrescentou, à lista de receitas que não geraram o valor esperado, «300 milhões de venda de património do Estado à Estamo [uma empresa da Parpública], para não alimentarmos o fenómeno», referindo-se à desorçamentação de verbas que não constam do perímetro orçamental.

Ontem, na declaração ao país, Passos Coelho admitiu que o

buraco nas contas públicas está já acima dos 3 mil milhões de euros.
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