Restauração: empresários ameaçam manif no Parlamento - TVI

Restauração: empresários ameaçam manif no Parlamento

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Movimento exige medidas para ajudar o setor

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O recém-criado Movimento Nacional de Empresários da Restauração apela à tomada de medidas pelo Governo para ajudar o setor e avisou que, caso tal não aconteça, vão convocar uma manifestação perante o Parlamento.

Em conferência de imprensa na Alfândega do Porto, com a presença de cerca de 50 empresários, o representante do movimento José Pereira alertou que os próximos meses podem significar «o fim deste setor», apelando à intervenção do Governo, através da participação de elementos dos ministérios da Economia e das Finanças numa comissão de análise do setor, escreve a Lusa.

Para além disso, numa nota de reivindicações, o movimento pediu uma linha de crédito para o setor com juros bonificados, a facilitação de reuniões com diversos organismos estatais como as Finanças e a Segurança Social, bem como a redução dos custos energéticos para micro, pequenas e médias empresas, e uma «revisão urgente e imediata da nova lei de arrendamento urbano».

José Pereira, que sublinhou que o movimento tem laços a todo o país e não apenas à região norte, traçou um panorama dramático da restauração e alertou para a existência de suicídios num ramo que está a «reduzir salários para salvar as empresas».

Caso as condições para o setor não sejam satisfeitas pelo Governo, José Pereira disse que pode ser esperado um «número mínimo» de 50 mil pessoas e até 100 mil perante a Assembleia da República no final de setembro.

«Se juntarmos na Assembleia da República 50 mil pessoas, tenho a certeza de que aí o Governo é capaz de perceber que uma coisa é ir lá uma associação com quatro ou cinco elementos que vão lá dar o seu melhor - não está em causa isso -, simplesmente, o impacto que têm é zero. (¿) Se perceberem que têm lá 50 ou 100 mil pessoas, aí sim o Governo vai pensar duas vezes antes de continuar o rumo», afirmou José Pereira.

Ainda assim, o representante do Movimento negou que possa estar a haver divisões na defesa da restauração, dizendo que não estão contra a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) ou contra a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT), encarando a iniciativa como «os próprios empresários a tomarem o futuro nas suas mãos».

Por seu lado, Serafim Silva, de Viseu, que já teve 19 empregados no seu estabelecimento e agora tem oito, lembrou «o tempo que em quanto mais se faturava mais se ganhava», lamentando que agora simplesmente não haja margens de lucro.
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