Costa: salários na Caixa não são feitos à medida das caras - TVI

Costa: salários na Caixa não são feitos à medida das caras

"Não fizemos uma remuneração ad hominem para a administração que está e a que sai", diz o primeiro-ministro. Apesar dos avisos do Presidente da República, para António Costa " a questão está ultrapassada"

"Decide quem pode". As palavras utilizadas ainda esta segunda-feira pelo Presidente da República sobre os salários na administração da Caixa Geral de Depósitos serviram de deixa para o primeiro-ministro. Embora Marcelo Rebelo de Sousa seja contra remunerações tão elevadas para António Costa o que foi decidido está decidido."É uma opção política que foi tomada, está mantida e vai ser executada".

A questão está ultrapassada os vencimentos estão fixados. A legislação está em vigor não a vamos mudar. Não fizemos uma remuneração ad hominem para a administração que está e a que sai"

Costa argumentou que é preciso que Caixa Geral de Depósitos tenha "uma gestão profissional para que possa colocar no mercado administradores ao nível que qualquer outro banco possa recrutar".  O novo presidente Paulo Macedo vai ganhar o mesmo que António Domingues - mais de 30.000 euros por mês, podendo ter ainda prémios de desempenho.

Tentando com isto pôr um ponto final no assunto, o primeiro-ministro defendeu que "o essencial" é concentrarmo-nos "no que é importante": a atual administração e a nova administração executarem o plano de capitalização aprovado em Bruxelas e porem também em prática o plano de reestruturação. Tudo para que a Caixa "seja aquilo que todos ansiamos".

Embora tenha reservas quanto ao nível salariais dos gestores do banco público, o Presidente da República destacou hoje mesmo que a transição na Caixa está "a correr muito bem" e tem várias vantagens.

"Não vou comentar as agruras de Passos Coelho"

Foi ainda confrontado pelos jornalistas com as declarações de Passos Coelho, que antecipa que a capitalização da Caixa Geral de Depósitos só venha a ocorrer no verão de 2017 e que o Governo terá de encontrar uma alternativa para sair do procedimento por défice excessivo. Devolveu as críticas indo direto ao assunto:

Não vou comentar as agruras do de Passos Coelho que quer sempre projetar para o futuro. Se o fizesse não fazia outra coisa. Não sei se reparou que não há dia nenhum que ele não faça uma previsão de uma catástrofe para o dia a seguir eu concentro-me em fazer aquilo que eu acho que um primeiro-ministro deve fazer que é procurar antecipar problemas e evitá-los, receber problemas e resolvê-los".

Costa assegurou que é isso que está a fazer com a sua equipa e lembrou que a Caixa "tinha problemas escondidos há vários anos". "Hoje são problemas assumidos. Ao assumirmos temos capacidade de resolver", afiançou.

Fez também questão de recordar, numa indireta a Passos Coelho e ao anterior Governo a saída limpa do programa da troika. Para isso, carregou na ironia: "Tivemos saída limpa que nos encheu de orgulho e depois disso já tivemos dois bancos resolvidos".

Pediu também para não se confunfir "o que são fenómenos absolutamente pessoais de melhor ou menor adequação ao quadro legal"  isto numa alusão à entrega das declarações de rendimentos e património pelos administradores da Caixa - "e os problemas estruturais" que têm que ver com a Caixa ter de ser capitalizada e reestruturada.

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