Banco de Portugal: Costa e Centeno já falaram, Marcelo não se opõe - TVI

Banco de Portugal: Costa e Centeno já falaram, Marcelo não se opõe

  • ALM
  • 16 mai 2020, 12:35
António Costa e Mário Centeno

Há muito tempo que o primeiro-ministro sabe que o ministro das Finanças quer sair do Governo

Primeiro-ministro já falou com o ministro das Finanças sobre o Banco de Portugal: Centeno quer, mas a decisão está na mão do primeiro-ministro. Se Costa quiser, o Presidente não levantará obstáculos. A história e os bastidores de uma crise - e de um longo tabu.

Há muito tempo que o primeiro-ministro sabe que Mário Centeno quer sair do Governo, noticia o Expresso.

O semanário acrescenta que António Costa comprou tempo ainda antes das legislativas, mas a vontade do ministro não mudou. Os dois já falaram sobre a hipótese de o ministro das Finanças rumar ao Banco de Portugal (BdP), acrescenta o jornal, mas, ao que tudo indica, não há ainda decisão final, nem esta foi tomada na reunião de quarta-feira, em que os dois selaram uma paz a prazo depois de uma semana de um conflito público nunca visto entre um primeiro-ministro e um ministro das Finanças (com o Presidente pelo meio). Centeno não caiu, mas esteve no limbo, com a demissão preparada se Costa não lhe clarificasse a sua confiança.

Ao fim da tarde de ontem, o primeiro-ministro voltou a pôr um ponto final na crise política ao ser questionado na conferência de imprensa a seguir ao Conselho de Ministros: “Quanto à instabilidade.... a estabilidade está restabelecida e tudo corre normalmente”.

Este sábado, em entrevista ao ExpressoCarlos Costa diz que o Banco de Portugal está mais forte e que Centeno pode fazer um bom mandato, mas alerta que a independência é “uma questão de atitude”. 

Na semana passada, na Assembleia da República, durante o debate quinzenal, António Costa disse à coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que não haveria transferências para o fundo de resolução, tendo em vista a recapitalização do Novo Banco, até que a auditoria àquela instituição bancária estivesse concluída.

No dia seguinte, sexta-feira, no Porto, António Costa afirmou aos jornalistas que o Ministério das Finanças não o informara de que essa transferência tinha sido efetuada na véspera, o que o levou a pedir desculpas à coordenadora do Bloco de Esquerda pela informação errada que lhe tinha transmitido.

Perante este caso, em entrevista à TSF na terça-feira, o ministro de Estado e das Finanças assumiu que houve uma falha de comunicação no Governo.

Já na quarta-feira de manhã, Mário Centeno declarou que a transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução destinado à recapitalização do Novo Banco não foi feita à revelia do primeiro-ministro.

"Não, não foi à revelia, não há nenhuma decisão do Governo que não passe por uma decisão conjunta do Conselho de Ministros", disse o ministro de Estado e das Finanças, numa audição regimental da Comissão de Orçamento e Finanças (COF) do parlamento.

Também na quarta-feira de manhã, no final de uma visita à Autoeuropa, em Palmela, o Presidente da República considerou que o primeiro-ministro "esteve muito bem" ao remeter nova transferência para o Novo Banco para depois de se conhecerem as conclusões da auditoria que abrange o período 2000-2018.

"Havendo, e bem, uma auditoria cobrindo o período até 2018 - a auditoria que eu tinha pedido há um ano - faz todo o sentido o que disse o senhor primeiro-ministro no parlamento. É que é politicamente diferente o Estado assumir responsabilidades dias antes de se conhecer as conclusões de uma auditoria, ou a auditoria ser concluída dias antes de o Estado assumir responsabilidades", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

 

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