Centeno: se retificativo for chumbado, negócio do Banif é revertido - TVI

Centeno: se retificativo for chumbado, negócio do Banif é revertido

Mário Centeno

Mário Centeno falava durante a audição na Comissão de Orçamento

 O ministro das Finanças, Mário Centeno, destacou esta terça-feira que caso o Orçamento Retificativo para 2015 seja chumbado, a resolução do Banif é revertida, implicando a anulação da venda ao Santander Totta e a sua liquidação.

"Se o Orçamento Retificativo não passar, isso implica a reversão do negócio", afirmou o governante, durante a sua audição no parlamento.


Isto significa "a reposição do banco na situação em que se encontrava", vincou, acrescentando que, "se já na segunda-feira o banco não tinha uma viabilidade, muito menos teria num cenário de reversão do negócio".

Assim, caso tal venha a acontecer, o destino do Banif passa inevitavelmente pela liquidação, que foi evitada devido aos elevados custos que comporta, muito superiores aos custos da medida de resolução, segundo o executivo.

Mário Centeno falava durante a sua audição na Comissão de Orçamento, devido ao Orçamento Retificativo apresentado pelo Governo para acomodar os custos relacionados com a medida de resolução aplicada ao Banif no último fim de semana.
 

350 mil depositantes à data da resolução


O Banif tinha mais de 350 mil depositantes à data da resolução, dos quais 7.411 clientes com depósitos superiores a 100 mil euros
, o valor máximo abrangido pela garantia de depósitos, informou hoje o ministro das Finanças.

"O Banif tinha 356.457 depositantes. Desses, 7.411 tinham depósitos acima dos 100 mil euros e, destes, 6.374 eram particulares", afirmou Mário Centeno no parlamento.


O montante médio dos depósitos acima dos 100 mil euros era de 283 mil euros, avançou o governante.

Mário Centeno revelou também que "os depósitos no banco à data da resolução são de aproximadamente cinco mil milhões de euros".

"O banco perdeu mil milhões de euros em depósitos e não estou a dizer que essa perda ocorreu na semana anterior à resolução", realçou o governante.


O ministro vincou que, em caso de liquidação, "todos os postos de trabalho eram perdidos" e "todos os depositantes acima de 100 mil euros perderiam os seus depósitos".
 

Administração do Banif ouvida


Os elementos do Conselho de Administração do Banif foram ouvidos sobre a solução adotada para o banco, que passou por uma medida de resolução com venda de ativos, garantiu hoje o ministro das Finanças, Mário Centeno.

"A administração do Banif conduziu o processo de venda, que começou no final do verão, e foi naturalmente ouvida, porque foi a administração do Banif que informou as autoridades sobre as ofertas que existiam para o Banif", afirmou o governante, no parlamento, reforçando que "todos os intervenientes do processo estavam informados sobre as condições de sucesso do processo sem intervenção do Fundo de Resolução".


Paralelamente, o ministro das Finanças destacou que "a administração de Jorge Tomé foi reconduzida ainda este ano" pelo executivo de Passos Coelho.

Isto, numa altura em que era confrontado por alguns deputados sobre o fracasso dos sucessivos planos de reestruturação do Banif que eram enviados para Bruxelas.
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