Motoristas: "Todos os trabalhadores estão a cumprir os serviços mínimos", diz ministro - TVI

Motoristas: "Todos os trabalhadores estão a cumprir os serviços mínimos", diz ministro

  • JFP
  • 17 ago 2019, 12:34

Segundo o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, houve uma “melhoria muito expressiva” verificada no cumprimento da requisição civil

O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, fez este sábado um ponto de situação acerca da greve dos motoristas, que decorre pelo sexto dia, e garantiu que os serviços mínimos decretados para a greve dos motoristas de matérias perigosas já foram ultrapassados este sábado e não se registou qualquer incumprimento da requisição civil decretada pelo Governo.

De acordo com o ministro, "todos os trabalhadores estão a cumprir os serviços mínimos". Verificou-se, “uma média, de 85% das cargas” planeadas, o que representa um crescimento em relação a sexta-feira, afirmou João Pedro Matos Fernandes em conferência de imprensa realizada na delegação da Agência Portuguesa do Ambiente no Porto.

Segundo o ministro, houve uma “melhoria muito expressiva” verificada no cumprimento da requisição civil.

De acordo com Matos Fernandes, “as forças armadas fizeram, durante a noite e o início da manhã de hoje, dez serviços de transporte”, três destinadas ao aeroporto de Lisboa e sete a postos da Rede de Emergência de Postos de Abastecimento [REPA].

Há mais 13 pedidos para o resto do dia de hoje”, informou.

O ministro afirmou ter a “forte expectativa” de que “venha a ser celebrado rapidamente” o acordo entre patrões e o sindicato de motoristas de matérias perigosas, “para que a greve possa acabar”.

Já foram feitos dois acordos com dois sindicatos do setor. Só falta um acordo com um dos sindicatos para que se possa celebrar um contrato coletivo de trabalho. Amanhã há um plenário. A nossa forte expectativa é que o acordo venha a ser celebrado rapidamente, para que greve possa acabar”, disse João Pedro Matos Fernandes.

Quanto à disponibilidade do Governo para servir de mediador entre patrões e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), que mantêm a greve, o ministro notou que o executivo “tem estado sempre disponível” e que “o serão de ontem, com o ministro das Infraestruturas, serve de prova disso mesmo”.

Quanto às cargas, o ministro descreveu que, em Matosinhos, na refinaria de Leça da Palmeira, “das 101 cargas previstas para hoje”, durante a manhã já tinha sido feitas 111.

No Centro Logístico de Aveiras, das 122 previstas, foram já feitas 94 e, em Sines, registava-se o cumprimento de 71% das cargas planeadas para hoje.

Relativamente aos ‘stocks’ de combustível, nos postos da [REPA] o gasóleo situa-se nos 64% e a gasolina nos 47%, o que representa 2% acima dos valores de sexta-feira, disse o governante.

Nos “postos comuns” de abastecimento, o ‘stock’ de gasóleo está nos 44% e o de gasolina nos 33%, de acordo com o ministro.

O “normal” num período sem greve é que “os valores sejam um pouco superiores a estes”, explicou Matos Fernandes, destacando que estão em causa números “superiores às expectativas” do Governo para este sexto dia de paralisação.

Lembrando a decisão de sexta-feira, de reduzir a REPA exclusiva (para veículos prioritários) de 52 para 26 postos, o ministro apontou para segunda-feira uma nova “reavaliação”, admitindo uma nova diminuição.

Quanto a queixas de alguns postos REPA relativamente a prejuízos, Matos Fernandes destacou que, num período de greve, pertencer a esta rede “é ter a garantia de abastecimento de combustível”.

Os motoristas de matérias perigosas cumprem o sexto dia de uma greve convocada por tempo indeterminado, depois de ter falhado um acordo mediado pelo Governo numa reunião que durou cerca de 10 horas.

Numa entrevista publicada pelo semanário Expresso, o primeiro-ministro garantiu que o Governo está disponível para adotar todas as medidas para que o país não pare, caso seja prolongada a greve dos motoristas de matérias perigosas.

A greve começou na segunda-feira, 12 de agosto, por tempo indeterminado.

A paralisação foi inicialmente convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), mas este sindicato desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.

A greve foi convocada com o objetivo de reivindicar junto da ANTRAM o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

No final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, parcial e gradual, alegando incumprimento dos serviços mínimos que tinha determinado.


 

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