RTP: sindicatos lamentam decisão de manter cortes salariais - TVI

RTP: sindicatos lamentam decisão de manter cortes salariais

Velas acesas contra a privatização da RTP [JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA]

Conselho de administração da RTP apresentou uma contraproposta de Acordo de Empresa, que passa pela manutenção dos cortes

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 Os Sindicatos Representativos dos Trabalhadores da RTP lamentaram esta sexta-feira a decisão do conselho de administração de manter os cortes salariais e de ter dado por encerradas as negociações entre as partes.

Em comunicado enviado à Lusa, os sindicatos explicaram que na reunião realizada na quinta-feira, o conselho de administração da RTP apresentou, oralmente e não por escrito, uma contraproposta de Acordo de Empresa, que passa pela manutenção dos cortes na massa salarial dos trabalhadores (horas extraordinárias ou na comparticipação para o seguro de reforma), justificados com a situação financeira da empresa.

Os trabalhadores da RTP pretendiam uma republicação do Acordo de Empresa (AE) em vigor, com a reposição de todos os cortes salariais, depois da ‘exceção salarial’ para o novo presidente do conselho de administração da televisão Pública, Gonçalo Reis, que vai auferir 10 mil euros.

“O conselho de administração recusou e afirmou na reunião que lamentava profundamente que os sindicatos não tenham tido em conta o esforço da administração, dando as negociações por encerradas”, indicam os sindicatos em comunicado.

Perante esta posição, os sindicatos “lamentam ter uma administração que não entende a realidade em que vive quem trabalha na RTP” e que “considera natural pedir exceções salariais para si própria quando continua a propor cortes aos trabalhadores”.

“Os sindicatos rejeitam ser responsabilizados pela tentativa de pôr fim às negociações. Quem pôs, e de forma unilateral, foi o conselho de administração. O que constitui mais uma forma de pressão inaceitável”, salientam.

Numa declaração conjunta, os sindicatos representativos da estação pública dizem ter feito um “esforço negocial evidente ao longo de dois anos, pelo que jamais se podem acusar as associações sindicais de intransigência ou irresponsabilidade”.

Os sindicatos salientaram também que o conselho de administração deveria ter apresentado a contraproposta de AE atempadamente por escrito e não oralmente.

“Os sindicatos, contrariamente ao conselho de administração, não dão as negociações por encerradas porque consideram ter existido todo um conjunto de situações a que os sindicatos são alheios”, realçaram.

Por isso, os sindicatos adiantaram que vão continuar a reunir-se com os trabalhadores, apelando à mobilização para encontrar “formas adequadas de resposta”.

A Lusa tentou obter uma posição do conselho de administração da RTP sobre esta matéria, mas até ao momento não foi possível.
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