Farmácias: Madeira alega falta de dinheiro para não pagar - TVI

Farmácias: Madeira alega falta de dinheiro para não pagar

Alberto João Jardim [OCTÁVIO PASSOS/LUSA]

Se Governo Regional pagar o estabelecido no plano até quarta-feira, suspensão não é concretizada

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O presidente da Associação Nacional das Farmácias revelou esta segunda-feira que o Governo Regional indicou a falta de dinheiro como justificação para os atrasos no pagamento de medicamentos, pelo que foi determinada a suspensão do crédito à região crédito.

«Foi dada a explicação de que não havia dinheiro», afirmou João Cordeiro citado pela Lusa, remetendo para o Executivo madeirense outros esclarecimentos sobre a justificação, mas lamentando «profundamente» a situação que classifica de uma «irresponsabilidade enorme».

Esta segunda-feira, a ANF publicou um anúncio na imprensa informando que as farmácias vão deixar de dispensar medicamentos a crédito à população da Região Autónoma da Madeira a partir de quinta-feira.

De acordo com o anúncio, o Governo Regional da Madeira deixou de cumprir, em Novembro, o plano de pagamentos acordado, «o que não permite às farmácias a manutenção da dispensa de medicamento a crédito».

Na informação à população, a ANF indica que a dívida da Região Autónoma da Madeira é, neste momento, de 77 milhões de euros.

O presidente da ANF explicou que o anúncio «é um aviso à população de que a partir do dia 15 vai ter que pagar a totalidade dos medicamentos nas farmácias e depois deverá dirigir-se às repartições do Governo Regional para ser reembolsada».

Madeira «não cumpriu compromissos» em Novembro

João Cordeiro esclareceu que «no princípio deste ano chegou-se a um acordo, um compromisso em que o Governo Regional garantia o pagamento mensal de quatro milhões de euros, o que permitia recuperar a dívida em oito anos».

«Aceitámos a proposta do Governo Regional e, lamentavelmente, agora em Novembro o Governo já não cumpriu com esse compromisso», referiu o responsável, defendendo que «a associação e as farmácias da Madeira viram-se na necessidade de tomar decisões sobre esta matéria, porque a alternativa seria as farmácias não terem medicamentos em stock para abastecer os madeirenses».

O presidente da ANF insistiu: «Se a associação não estivesse a garantir o pagamento às farmácias, substituindo-se ao Governo Regional, não seriam muitas, seriam todas as farmácias que estariam hoje sem medicamentos».

João Cordeiro prometeu, no entanto, que se até quarta-feira o Governo Regional pagar o estabelecido no plano, a suspensão não é concretizada.
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