OCDE: maioria das empresas portuguesas não entra em bolsa porque quer "manter controlo" - TVI

OCDE: maioria das empresas portuguesas não entra em bolsa porque quer "manter controlo"

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  • 2 out 2020, 13:13
Bolsa de Madrid

Empresas referem ainda que "há falta de um ambiente bolsista em Portugal"

Cerca de 70% das empresas portuguesas que responderam a um inquérito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) elencaram a partilha de controlo acionista como razão para não entrar em bolsa, segundo um relatório divulgado esta sexta-feira.

De longe, a razão mais importante mencionada é 'os nossos acionistas não querem partilhar o controlo com outros' (manter o controlo)", pode ler-se no no relatório da OCDE intitulado "Mobilizar o mercado de capitais português para o investimento e o crescimento", apresentado esta sexta-feira.

Segundo o documento, das 165 empresas que responderam ao inquérito indicando que não estão a planear entrar em bolsa nos próximos três anos nem recolheram qualquer informação sobre o tema, cerca de 70% indicaram que querem "manter o controlo".

"Os custos relacionados com a entrada em bolsa, baixos níveis de liquidez e a complexidade da regulação também foram mencionados por mais de metade das empresas", pode ler-se no documento da organização liderada por Ángel Gurría.

A OCDE denota ainda que "metade das empresas mencionou que a razão por detrás da sua decisão de permanecer fora da bolsa está relacionada com o facto de haver falta de um ambiente bolsista favorável em Portugal".

"Enquanto 38% das empresas mencionaram falta de experiência no financiamento em mercados de capitais, apenas 22% mencionaram requisitos de transparência e divulgação", salienta a organização internacional.

Já quanto às empresas que não estão a planear emitir títulos de dívida no mercado nos próximos três anos, a razão mais apontada para não o fazerem, 68% apontaram o financiamento bancário como preferencial.

"Isto é seguido por baixa liquidez no mercado local, ausência de necessidade de financiamento externo e falta de um ambiente favorável", segundo o documento, que volta a destacar que "requisitos de divulgação e transparência, bem como estarem expostos ao escrutínio público, não aparecem como fatores importantes".

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