Nota a Lusa que, a convocatória inicial da reunião - que sucede no Porto e arranca pelas 10:00 - integra pontos como o relatório de gestão e contas individuais e consolidadas do banco em 2014 e a política de remuneração da administração e do conselho fiscal, mas entretanto houve um aditamento ao encontro onde se anuncia que os acionistas também irão deliberar sobre alterações aos estatutos do BPI.
O tópico foi acrescentado à agenda pela Santoro Finance, 'holding' da empresária angolana Isabel dos Santos, e reveste-se de especial importância porque o sucesso da OPA do Caixabank depende em parte da desblindagem dos direitos de voto.
A desblindagem diz respeito ao fim do limite de 20% de direitos de voto de cada acionista, independentemente da quantidade de capital social detido por uma entidade - o Caixabank, por exemplo, detém 44% do BPI mas no atual modelo de estatutos o seu voto vale somente 20%.
A Santoro Finance é a segunda maior força no BPI, detendo cerca de 19% do banco.
O presidente da 'holding', Mário Leite Silva, manifestou recentemente a sua satisfação com a abertura demonstrada pela equipa de gestão do BCP e pelo CaixaBank para avaliar uma possível fusão entre o BPI e o BCP.
"Registamos com satisfação a abertura de dois dos principais 'stakeholders' à nossa proposta de desafiar as administrações do BPI e do BCP para analisarem uma operação de fusão entre os dois bancos", lê-se numa declaração por escrito enviada aos órgãos de comunicação social.
Em fevereiro, o catalão CaixaBank, maior acionista do BPI, anunciou a intenção de lançar uma OPA sobre o banco liderado por Fernando Ulrich.
O Caixabank condicionou a oferta à eliminação do limite de 20% dos direitos de voto atualmente existente no BPI e a que a oferta supere os 50% do capital.
A entidade propõe adquirir a maioria do capital do BPI por 1,329 euros por ação.