Ajuda do FMI a Angola provoca queda da Bolsa de Lisboa - TVI

Ajuda do FMI a Angola provoca queda da Bolsa de Lisboa

Bolsa portuguesa terminou o dia com uma das maiores quedas da Europa, 1,79%, penalizada por títulos com exposição a Angola ou com capitais angolanos

A Bolsa de Lisboa fechou esta quinta-feira a cair 1,79%, castigada pelos títulos com maior exposição à economia e ao capital angolano, após Luanda ter pedido ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

As acções do Millenium BCP, banco que tem como maior acionista o gigante angolano dos petróleos Sonangol, desvalorizaram 4,863%, para 0,0313 euros. Já o BPI, que tem como segundo maior acionista a Santoro, de Isabel dos Santos, e controla o segundo maior banco angolano, recuou apenas 0,945%, depois de na quarta-feira ter caído 5,8%.

O mercado aguarda ainda pelo desfecho das negociações entre os dois principais accionistas do BPI, depois de Isabel dos Santos e o Caixabank terem reatado conversas para ver se é possível chegarem a um acordo em que o banco espanhol compre os 18,6% que a empresária angolana tem no BPI e a Unitel adquira o controlo do Banco Fomento de Angola.

Mota-Engil acentua desvalorização

Outro título que acentuou a desvalorização iniciada na quarta-feira foi a Mota-Engil, uma das construtoras cotadas com maior exposição a Angola. Os títulos da Mota cairam 3,6%, depois de na véspera terem recuado 2,8%.

Na lista das maiores quedas do dia estão ainda a Semapa, que detém interesses no setor do cimento em Angola, e a Galp Energia, que conta como acionistas Isabel dos Santos e a Sonangol, através da sociedade Esperanza. A Semapa perdeu 2,837% e a Galp 2%.    

De acordo com uma análise do banco de investimento Haitong ,é possível quie o FMI pressione a empresa pública angolana Sonangol a vender a sua participação na empresa portuguesa, embora considere essa possibilidade pouco provável.

Segundo este banco, é possível que o programa do FMI tenha um impacto negativo "em algumas das empresas cotadas que têm operações nesse país ou tenham o Estado angolano, directa ou indirectamente na sua estrutura acionista", como é o caso do BCP ou da Galp.

O Haitong considera ainda que o pedido de ajuda do Governo angolano "é provável que tenha algum impacto sobre a economia portuguesa, já que as exportações para aquele país são susceptíveis de serem dificultadas."

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