Ajuda no limbo deixa cair bolsa de Lisboa

A bolsa de Lisboa fechou esta quinta-feira em forte queda, acompanhando as restantes praças europeias. Os mercados estão preocupados com o resgate a Portugal numa altura em que a Finlândia ameaça travar a ajuda ao nosso país.

Um chumbo por parte da Finlândia poderia não colocar em causa o auxílio a Portugal, uma vez que o peso do país na ajuda não é muito grande e a sua parte poderia ser distribuída por outros países, mas a decisão poderia contagiar outros países, reforçando a oposição ao auxílio na Alemanha e até noutros países, e causando tumultos no mercado da dívida.

Tendo em conta os receios e a consequente subida dos juros da dívida, a banca afundou. O Banif caiu 2,79% para 77 cêntimos, o BCP recuou 2,55% para 57 cêntimos, o BES perdeu 2,04% para 2,88 euros e o BPI deslizou 1,28% para 1,31 euros.

A S&P divulgou um relatório onde admite que a banca nacional não deverá precisar de grande auxílio financeiro do Estado, mas nem isso acalmou os investidores.

O pessimismo alastrou a todos os segmentos. Na energia, a EDP Renováveis caiu 2,27% para 5,09 euros, a casa mãe EDP desceu 1,16% para 2,80 euros e a Gap perdeu 1,60% para 15,09 euros.

Nas comunicações, a PT recuou 1,56% para 8,19 euros, com a Zon e a Sonaecom a registarem quedas em torno de 0,5%.

As quedas foram lideradas pela Brisa, que perdeu 2,81% para 4,67 euros.

Lá por fora, os receios de que venha a ser preciso reestruturar a dívida nacional e grega (os economistas dizem que o regresso dos gregos ao mercado da dívida poderá estar dependente do acordo para o resgate a Portugal) acabaram por abalar também os ânimos.

A vizinha Espanha cedeu 1,51%, Itália caiu 1,19%, França 0,89%, Inglaterra 0,78% e Alemanha 0,44%.

Do outro lado do Atlântico, foram sobretudo os pedidos de subsídio de desemprego, que aumentaram na semana passada, a penalizar as negociações. O Dow Jones cai 0,4% e o Nasdaq 0,51%.