BCP tomba 6% e afunda Bolsa de Lisboa - TVI

BCP tomba 6% e afunda Bolsa de Lisboa

Praças europeias encerraram a ganhar, na véspera de mais uma reunião do BCE

O índice de referência nacional PSI20 fechou a cair 1,24% , pressionado pelo tombo de 6% do BCP, que foi penalizado por um corte de preço-alvo do UBS e pelo alerta do presidente executivo da subsidiária polaca, Bank Millennium, de que poderá não distribuir dividendos relativos a 2015.

"A questão do dividendo acaba por condicionar", disse Sérgio Vieira, operador da Orey iTrade em Lisboa.
"Também a expectativa sobre as eleições na Polónia pesa. Há um enquadramento de incerteza em termos políticos. Na agenda dos favoritos está a intenção de responsabilizar os bancos pela conversão dos empréstimos hipotecários contraídos em francos suiços para zlotys".

A castigar o banco esteve ainda uma nota de research do UBS, que cortou o preço-alvo do BCP em 22% para 0,07 euros por acão, após uma revisão em baixa das estimativas e a incorporação do acordo em Angola, prevendo uma melhoria gradual no negócio doméstico, apesar de uma descida nos ganhos de trading.

A pressionar o índice estiveram ainda os CTT, que perderam 2,34%, e os pesos-pesados EDP e Jerónimo Martins, com quedas de 1,35% e 1,32%, respetivamente.

 
Pela positiva, destaque para a subida de 2,46% do BPI, de 1,7% da Altri, de 0,53% da Mota-Engil e de 0,34 % da Galp Energia, em contraciclo com o preço do petróleo.

Na Europa o cenário foi sobretudo de ganhos, encabeçados pela subida de 0,89% em Frankfurt , enquanto o índice FTSEurofirst 300, que acompanha as 300 maiores cotadas do Continente, encerrou estável.


OT a 10 anos sobem no mercado secundário


No mercado secundário de dívida, a yield das Obrigações do Tesouro nacionais a 10 anos sobem quatro pontos base para 2,46%, contrariando as quedas das pares espanhola e italiana.

"Ninguém está, para já, a olhar para o risco político, mas sim para que temos um garante por trás, que é o BCE," disse à Reuters Filipe Silva, gestor de dívida no Banco Carregosa, no Porto.

Ricardo Marques, trader de dívida na IMF-Informação Mercados Financeiros, acrescentou: "não vejo qualquer impacto, no mercado de dívida, decorrente do impasse político em Portugal. O mercado está completamente focado na reunião de amanhã do BCE".

O Banco Central Europeu reúne-se esta quinta-feira em Malta e, embora não esperem alterações ao nível da política monetária, as atenções dos investidores estarão focadas na conferência de imprensa de Mario Draghi.

A nível doméstico, o foco está em Belém, onde o Presidente da República deverá decidir quem vai indigitar como primeiro-ministro de Portugal.


 
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