Bolsa de Lisboa puxada pelo BCP - TVI

Bolsa de Lisboa puxada pelo BCP

  • 22 abr 2016, 18:01

Praça lisboeta terminou semana positiva, em contraciclo com a generalidade das congéneres europeias, por causa da forte valorização do Millennium BCP

O índice acionista português fechou esta sexta-feira a ganhar 0,27%, apoiado na subida de 3,6% do Millennium BCP, num dia em que a maioria das bolsas europeias fecharam em terreno negativo.

Os títulos do BCP chegaram a disparar mais de 6%, com a especulação de que é um alvo potencial de uma oferta, com a nova lei que acaba com o limite de votos na banca e depois da assembleia geral ter dado poder à gestão para suprimir os direitos de preferência dos accionistas em aumentos de capital.

As acções do maior banco cotado português acumularam uma subida de 8% esta semana, após terem disparado 13% na semana anterior.

"As ações do BCP continuam a beneficiar do ângulo especulativo do fim do limite de votos na banca e algum efeito positivo das deliberações da Assembleia de ontem, para além de que há um 'momentum' positivo de curto prazo", disse Luis Gonçalves, trader da Go Bulling, à Reuters.

Ontem, o presidente do BCP, Nuno Amado referiu que o preocupa o diploma para desblindar estatutos na banca, frisando que “os acionistas, os investidores do BCP, quando investiram no BCP fizeram-no dentro de um enquadramento, um contrato de sociedade que tinha um conjunto de regras". O BCP tem os estatutos blindados a um limite de votos de 20%.

A reunião magna de acionistas do BCP aprovou ainda a supressão dos seus direitos de preferência em futuros aumentos de capital, uma medida que, segundo analistas, potencia a entrada de novos accionistas no banco e o reagrupamento de 75 ações actuais numa única ação, visando que o título deixe de ser um 'penny stock' com um baixo valor unitário.

A acompanhar a subida do BCP esteve o BPI, ainda que com uma variação mais ligeira. O BPI subiu 0,74%  para 1,083 euros.  O banco está a ser alvo de uma OPA por parte do seu maior accionista, Caixabank, que oferece uma contrapartida de 1,113 euros por acção, após o acordo com a Santoro de Isabel dos Santos, ter falhado, e beneficiando de uma lei aprovada na quinta-feira para acabar com a blindagem dos estatutos, e a limitação de votos, na banca.

Este diploma entra em vigor a 1 de Julho e estabelece que os bancos que tenham algum limite ao exercício dos direitos de voto devem realizar assembleias gerais para deliberar sobre os estatutos até 31 de Dezembro de 2016.

A contribuir para a subida do índice, destqaue ainda para os títulos do grupo EDP, com a EDP a ganhar 1,25% e a EDP Renováveis a subir 0,28%. O Goldman Sachs subiu o preço-alvo em 7%  para 2,40 euros por acção, face aos anteriores 2,25 euros, com novas estimativas para 2017.

Nota ainda para a maior construtora nacional, Mota-Engil, que emitiu um empréstimo obrigacionista, por subscrição particular, no valor nominal global de 32 milhões de euros. As ações perderam 1,29%.

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