Corte do rating: esperado ou surpreendente? - TVI

Corte do rating: esperado ou surpreendente?

Agência Financeira

Especialistas têm diferentes opiniões sobre o assunto

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O corte da notação da dívida portuguesa para o nível de lixo pela Moody`s era esperado e até já estava refletido nos mercados financeiros, de acordo com analistas norte-americanos. Já, por exemplo, o economista Luís Cabral ficou surpreendido com o momento escolhido pele agência de notação financeira para baixar a classificação de Portugal.



«Fico um pouco surpreendido com o momento da decisão. Portugal nas últimas semanas se deu algo foram boas notícias aos credores. Não é um processo fácil, mas as coisas melhoraram no último mês», disse à Lusa o professor de português da escola de negócios espanhola IESE, actualmente destacado no campus de Nova Iorque. .

Esta decisão pode ser vista como algo «conspiratória», acabando por ter algum efeito na estabilidade do euro.

«As decisões das agências de rating têm sempre muita influência, muito além dos fundamentais dos mercados. Talvez seja exagerado chegar a considerar que estamos num ataque concertado ao euro, mas a decisão tem sempre algum efeito».

Luís Cabral sublinha que as agências de notação norte-americanas estão longe dos activos europeus e que, por isso, nem sempre têm um conhecimento total da realidade. Certo é que a decisão da Moody`s pode ter algum efeito contágio nas restantes dívida soberanas periféricas especialmente porque o contágio «é principalmente psicológico».

Revisão em baixa já estava «na massa do bolo»

No blogue InTheMoneyStocks, Nicholas Santiago afirma que a revisão em baixa do rating português já estava «na massa do bolo» para a maioria dos investidores institucionais e corretores.

A maior perturbação para os mercados, será «quando as agências baixarem o rating de países como a Espanha e Itália», com economias muito maiores.

No blogue da revista Forbes, Exile on Wall Street, Steve

Schaefer compara a crise da dívida europeia a um jogo em que os PIIGS [sigla inglesa de Portugal, Irlanda, Itália, Espanha e Grécia, que se lê como porcos] são um alvo em movimento.

«Sempre que alguma coisa parece correr bem, ou menos mal, pelo menos, como a passagem na semana passada de um plano de austeridade pelo parlamento grego, aparece sempre outra coisa», neste caso a degradação da notação da dívida de Portugal para lixo.

No sítio ForexLive, o analista Jamie Coleman considera «algo refrescante» a resposta do governo português, admitindo que «tem muito que trabalhar, em vez de matar o mensageiro».

Ora o presidente da Unicer, António Pires de Lima, considera que as agências de rating «insistem» em descer a notação de Portugal «ao mesmo ritmo que os governos decidem aumentar os impostos».
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