Dívida: China continua a investir, mas com condições

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, adiantou esta quarta-feira que a China continuará a investir na Europa, apesar da crise da dívida na Zona Euro.

«A China continuará a ampliar os seus investimentos na Europa, mas os líderes da Uniao Europeia e dos seus principais países devem também olhar corajosamente para a relação com a China numa perspectiva estratégica», disse Wen Jiabao, na abertura da sessão de verão do Fórum Económico Mundial de Davos, em Dalian, nordeste da China.

A China é a segunda maior economia do mundo, com uma carteira de reservas em divisas no valor 3,2 biliões de dólares (2,34 bilioes de euros), mas a União Europeia ainda não lhe atribuiu o estatuto de economia de mercado.

«Os riscos da dívida soberana estão a crescer em alguns países, causando turbulência no mercado financeiro internacional», alertou Wen Jiabao, citado pela Lusa.

O primeiro-ministro chinês monstrou-se «confiante» no impacto do desenvolvimento da China na economia mundial.

«Estou confiante que a economia chinesa dará uma nova contribuição para uma recuperação robusta, sustentável e equilibrada da economia global».

O discurso de Wen Jiabao reforça o apoio aos países da Zona Euro manifestado terça-feira pelo governo chinês, a proposito das especulações internacionais acerca da possibilidade de Pequim comprar títulos do tesouro italiano.

«Apoiamos os esforços dos paises europeus para lidar com a crise da dívida e acreditamos que eles aumentarão a cooperação e tomarão medidas colectivas para enfrentar adequadamente as questões relacionadas (com a crise)», disse a porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Jiang Yu.

«A China espera alargar a cooperação com os países da Uniao Europeia nas áreas do comércio, finanças e investimento para enfrentar conjuntamente os desafios».