Dívida grega: quanto aceitam reestruturar os nossos bancos? - TVI

Dívida grega: quanto aceitam reestruturar os nossos bancos?

Banqueiros CGD, BES, BPI, BCP e Santander

BCP, CGD e BPI vão entrar. BES não tem dívida helénica

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Quanta dívida grega está na posse dos bancos portugueses? São mais de 1.500 milhões de euros em causa na reestruturação, no que toca às instituições financeiras nacionais.

Até hoje, às 20:00, as instituições privadas - bancos, seguradoras e fundos - têm de dizer a Atenas se aceitam ou não participar no programa de troca de títulos, que prevê a retirada de cerca de 107 mil milhões de euros do total da dívida da Grécia detida por privados (260 mil milhões de euros), reduzindo a dívida do país dos 160% do Produto Interno Bruto previstos para 2020 para 120%.

Em Portugal, já é conhecido que BCP, BPI e Caixa Geral de Depósitos vão aceitar os termos de Atenas para perdoar a dívida helénica detida. No total, as três instituições detêm mais de 1.500 milhões de euros em obrigações soberanas gregas.

O BPI e o BCP têm ambos cerca de 700 milhões de euros destes títulos. Aliás, as suas carteiras de dívida helénica estiveram entre os principais motivos para BCP e BPI terem apresentado prejuízos históricos de 786 e 203,9 milhões de euros em 2011, respetivamente.

Ambos os bancos já fizeram provisões para perdas de dívida grega, o BCP de 65% e o BPI de 64%.

Na CGD, a dívida grega detida (133 milhões de euros, sobretudo nas seguradoras do grupo) também ajudou aos resultados negativos de 488,4 milhões de euros do grupo, mas com menor peso.

O BES não tem dívida helénica, tal como o Santander Totta.

As instituições portuguesas vão juntar-se aos 32 bancos internacionais que na terça-feira já tinham aceitado participar no perdão de dívida que, segundo o Instituto de Finanças Internacionais, que tem liderado as negociações com as instituições de Atenas, têm 84 mil milhões de euros em títulos gregos.

O governo grego quer que 90% dos credores participem no programa e estabeleceu mesmo uma taxa de participação mínima de 75% no perdão da dívida grega para prosseguir com a operação, na qual os investidores vão perdoar 53,5% dos títulos que detêm e trocar os restantes por novos títulos do governo grego a mais longo prazo e ainda por títulos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF). No global, os investidores deverão perdoar cerca de 70% do valor que detêm.

Apesar de a adesão a este programa ser voluntária, a Autoridade de Gestão da Dívida Pública (PDMA) da Grécia já avisou que os credores que não participem no perdão da dívida não receberão fundos provenientes do novo empréstimo internacional ao país de 130 mil milhões de euros.

Após serem conhecidas as adesões a este programa de perdão de dívida, sexta-feira Atenas anuncia os resultados, segundo a Lusa.
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