Europa no vermelho arrasta Lisboa

As praças europeias fecharam esta quarta-feira no vermelho, o que contagiou também a bolsa de Lisboa, apesar de a meio da sessão ter estado estável, sustentada pelos pesos pesados.

Os receios quanto à situação da Grécia, levaram os investidores a adotar uma postura mais conservadora, com dúvidas sobre o futuro da Grécia, que precisa de receber a a aprovação da próxima tranche por parte do FMI e das instituições europeias.

Atenas precisa já de 5 mil milhões de euros até sexta-feira, para evitar a bancarrota, mas a aprovação da próxima tranche por parte do fmi e das instituições europeias não está fácil.

Os ministros das finanças da Zona Euro decidiram dar mais dois anos à Grecia para cumprir as metas orçamentais, mas não chegaram a acordo quanto ao pagamento da próxima tranche do empréstimo, no valor de 31 mil milhões de euros.

Com este clima na Europa, e com as dúvidas que persistem do outro lado do Atlântico quanto ao precípicio orçamental, os investidores receiam que não haja acordo entre o presidente Barack Obama e a maioria republicana no congresso para definir uma estratégia de consolidação orçamental até ao final do ano.

Wall Street até abriu a subir, animada pelos resultados da Cisco e sustentada também por outras empresas do setor tecnológico, mas já inverteu e o Dow Jones segue agora a perder 0,5% e Nasdaq 0,14%.

Olhando para a tabela da Europa, Paris lidera a derrapar 0,89%, segue-se Londres a cair 0,76%, Frankfurt perdeu 0,74%, Milão desvaloriza 0,52% e Madrid é o que perde menos com 0,27%.

Por cá, o índice nacional fechou a perder 0,46%, com a EDP a dar alguma energia ao PSI20 durante a sessão, ao valorizar 0,51% para 1,96 €.

Também a Galp Energia valorizou durante a sessão, mas mesmo no final, inverteu e ficou do lado das perdas: caiu 0,13% para 12,01 €, depois de ter ficado a saber que a empresa assinou um acordo para construir uma plataforma petrolífera no Brasil.

Esta plataforma, que vai ser construída na Bacia de Santos, no Brasil, tem uma capacidade de processamento de 150 mil barris diários de crude.

A Portugal Telecom também recuou 0,8% para 3,73 €, na sessão seguinte a serem conhecidos os resultados da Oi, que tem como maior acionista a PT, com 25%. A participada brasileira apresentou os resultados de nove meses, tendo duplicado os lucros face ao período homólogo mas com as receitas abaixo das metas traçadas.

Já a Sonae, que apresenta esta quarta-feira os resultados do terceiro trimestre, com um poll de analistas consultados pela Reuters a prever uma descida homóloga do lucro líquido de 40% para 29 milhões de euros. A empresa liderou a tabela dos ganhos, com uma valorização de 1,4% para 0,58 €.

A Jerónimo Martins também penalizou o índice nacional, ao cair 0,94% para 13,76 €, logo no dia em que o Millennium Investiment Banking a reviu em alta o preço-alvo da acção para 16,50 €.

Quanto à banca portuguesa, que também fechou em queda, o BCP liderou as quedas, e perdeu 2,79% para 0,07 €. O BES caiu 1,38% para 0,79 €, depois de ontem ter apresentado resultados com uma descida de 47% nos lucros, mas ainda assim uma queda abaixo do esperado. O BPI também desvalorizou: caiu 0,86% para 0,81 €.