A maioria deste investimento será destinada à exploração e produção de petróleo e gás natural, com destaque para os projetos do pré-sal brasileiro e de gás natural em Moçambique, mas também ao desenvolvimento de projetos em Angola, informou esta terça-feira a pretrolífera portuguesa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no dia em que divulga, em Londres, o plano estratégico aos investidores para os próximos cinco anos.
O atual plano da Galp Energia reflete «uma prudência adicional da empresa face às alterações verificadas no mercado, nomeadamente de natureza operacional, que poderão condicionar o calendário de desenvolvimento dos projetos», explica a empresa liderada por Ferreira de Oliveira, citado pela Lusa.
A Galp Energia atualiza hoje as grandes prioridades para os próximos cinco anos, antecipando um crescimento anual médio da produção de petróleo e gás entre 25% e 30% no período 2014 a 2020, o que é «uma taxa impar no setor».
«Estes objetivos encontram-se suportados numa base sólida de recursos petrolíferos resultante dos esforços de exploração que permitiram que, em 2014, as reservas 2P (que correspondem à soma das reservas provadas e prováveis) tenham aumentado 10%, para 638 milhões de barris de óleo equivalente (Mboe), em resultado das atividades de desenvolvimento em Lula e Iracema, no Brasil, e da decisão final de investimento no bloco 32, em Angola», explica.
Também as reservas 3P (que correspondem à soma das reservas provadas, prováveis e possíveis) aumentaram 18%, para 833 Mboe.
Em comunicado, no Capital Markets Day, em Londres, a Galp reafirmou o compromisso de mobilização de todas as áreas de negócio da empresa para a geração de cash flow, referindo que, no caso da refinação, passa pelo aumento da eficiência energética e pela otimização de custos.
Em termos financeiros, a Galp aponta para um crescimento médio anual do EBITDA (resultado antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) acima de 20% entre 2014 e 2019.
Já em 2015, o EBITDA estimado deverá situar-se entre 1,1 mil milhões e 1,3 mil milhões, potencialmente inferior ao registado em 2014 por efeito da revisão do preço do petróleo, acrescenta.
A petrolífera pretende manter uma estrutura de capital sólida, com um rácio de dívida líquida sobre o EBITDA a ascender a cerca de duas vezes em 2016, diminuindo rapidamente a partir dessa altura.
As ações da Galp Energia seguem a descer 6,73% para 9,55 euros.