O ministro das Finanças não disse diretamente que o Portugal vai avançar com uma emissão de dívida a 10 anos, mas deixou esse cenário no ar esta sexta-feira, durante a conferência de imprensa em que apresentou os resultados da sétima avaliação da troika ao programa de ajustamento.
«Julgo que este sétimo exame regular e as reuniões internacionais que lhe sucedam fazem parte do processo que conduzirá naturalmente à continuação do processo de regresso de mercado de Portugal nas próximas semanas», começou por dizer Vítor Gaspar.
O ministro foi questionado sobre se viria aí uma emissão de Obrigações do Tesouro da 10 anos. Não confirmou, mas não desmentiu, dizendo apenas que «as condições parecem propícias à possibilidade de uma emissão de obrigação do tesouro nas próximas semanas».
A secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, vai iniciar um road show na próxima semana pela Europa, para atrair investidores.
Uma iniciativa que é «muito importante», bem como «a eficácia da senhora secretária de Estado do Tesouro nesse tipo de reuniões», que «é muito grande».
Ainda assim, Gaspar não atribuiu grande importância a este road show. «É uma atividade regular e repetida e, consequentemente, haver uma iniciativa desse tipo na próxima semana não é particularmente significativo. Existem muitas, faz parte da manutenção regular de contactos com a nossa base de investidores».
Certo é que «a atividade de colocação de OT é uma atividade em que se procuram aproveitar boas oportunidades de mercado e consequentemente a escolha do momento certo é importante. O Tesouro português e o IGCP têm demonstado a sua capacidade operacional para aproveitar essas oportunidades».
Gaspar ressalvou ainda que «não existe nenhuma pressão de liquidez sobre o Tesouro, pelo que a razão porque este processo de regresso a mercado está a ser efetivado neste calendáro é porque as taxas de juro do tesouro português que servem de referencial para estrangeiro» traduzem uma «melhoria das condições de financiamento em Portugal», em particular para as PME, o que «é muito importante para a recuperação do investimento».
Assim, «o calendário destas operações tem muito mais em conta condições macroeconómicas do que necessidades de financiamento».
Gaspar deixa antever emissão a 10 anos nas próximas semanas
- Vanessa Sousa Cruz
- 15 mar 2013, 10:59
É preciso «aproveitar boas oportunidades de mercado. Escolha do momento certo é importante»
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