Grécia: Bruxelas aplaude envolvimento de privados - TVI

Grécia: Bruxelas aplaude envolvimento de privados

Olli Rehn chega à cimeira do G7

Rehn sublinha «contribuição indispensável» do setor privado para «garantir sustentabilidade futura da dívida pública grega»

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O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, demonstrou esta sexta-feira satisfação pelo «grande» envolvimento dos privados na troca de dívida grega, lembrando o «esforço de solidariedade sem precedentes» dos parceiros internacionais do país.

«Estou muito satisfeito com a grande afluência na troca de dívida voluntária na Grécia. Tal demonstra o forte apoio para os acordos alcançados em fevereiro sobre um segundo programa para a Grécia», declarou o comissário em Bruxelas.

A contribuição do setor privado, prosseguiu Rehn, «é um elemento indispensável para garantir a sustentabilidade futura da dívida pública grega e é, desse modo, um contributo decisivo para a estabilidade financeira na zona euro como um todo».

«Os parceiros internacionais da Grécia têm feito um esforço de solidariedade sem precedentes para apoiar a Grécia nos seus esforços para restabelecer a sustentabilidade das suas finanças públicas, reformar a economia e administração pública, e, assim, para voltar ao crescimento e emprego», concretizou Rehn, que voltou a pedir um «forte compromisso» helénico no cumprimento do segundo programa de resgate financeiro.

O Ministério das Finanças alemão considerou também que o acordo deu a Atenas uma grande oportunidade para estabilizar as contas do país. «Foi dado um grande passo no caminho da estabilidade e da consolidação, da sustentabilidade da dívida na Grécia. Foi dada à Grécia uma oportunidade histórica», disse o ministério, em comunicado.

A Autoridade de Gestão da Dívida Pública (PDMA) da Grécia anunciou esta sexta-feira que 95,7 por cento dos detentores das obrigações gregas irão participar na maior operação de reestruturação de dívida soberana da história.

Os números divulgados anteriormente pelo ministério das Finanças da Grécia apontavam para que os detentores de cerca de 172 mil milhões de euros de títulos da dívida passíveis de serem convertidos em novas obrigações tivessem aceitado a operação, o equivalente a 83,5 por cento do total de 206 mil milhões de euros.

De acordo com a informação publicada pela PDMA, citada pelas agências internacionais, os detentores privados de 152 mil milhões de euros de dívida grega (85,8 por cento), dos 177 mil milhões de euros que estão sob a soberania helénica aceitaram participar de forma voluntária na operação.

A estes, somam-se os detentores de dívida inscritos em leis diferentes da Grécia (9,9 por cento), que enviaram o seu consentimento para proceder à reestruturação dos seus títulos.

Os detentores de 5,3 por cento, por sua vez, mostraram-se contrários à operação e os restantes não comunicaram qualquer resposta, segundo refere a PDMA.

O objetivo do governo grego era conseguir que o total de credores aceitassem participar na reestruturação da dívida, perdendo 53,5 por cento do valor nominal das obrigações que detivessem e reduzindo o valor em dívida pelo Estado.

Em causa estava a possibilidade de perdoar 206 mil milhões de euros em títulos emitidos pelo Estado grego mas também os emitidos por exemplo pelas empresas estatais e garantidos pelo Estado.

No entanto, o Governo grego admitiu aceitar a operação caso o nível de participação dos credores chegasse aos 90 por cento. Se a aceitação ficasse entre 75 e 90 por cento, o governo grego consultaria os credores internacionais - União Europeia e FMI -, podendo ativar as cláusulas de ação coletiva.

Estas cláusulas foram introduzidas pelo Governo grego em fevereiro e implicam que, quando o número de credores que aceitam voluntariamente participar na reestruturação atinge um nível mínimo, os investidores relutantes podem ser forçados a aceitar as condições acordadas.

Na prática, isto significa que a participação obtida representa um nível mais elevado, caso as cláusulas de ação coletiva sejam acionadas.
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